Durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta terça-feira (29.09), com os economistas Paulo Rabello de Castro e Thiago Custodio Biscuola para debater a estrutura, pagamento de juros, encargos, amortização e refinanciamento da dívida pública federal, Blairo Maggi voltou a criticar a política de arrocho fiscal do Governo, segundo ele, pautada no corte de investimentos.
"Quando o Governo mandou para cá (Congresso) um orçamento faltando R$ 30 bilhões eu fui a Tribuna comemorar porque, enfim, o Executivo estava assumindo que não dá conta e que o Congresso deveria assumir as rédeas. Nós deveríamos propor um corte linear, em todos os setores, e defendo algo em torno de 5 a 7%, podemos fazer isso através do orçamento já que o Governo não consegue ou simplesmente não quer fazer", disse Maggi.
A dívida pública, que inclui os endividamentos interno e externo do Governo, cresceu 3,16% somente em agosto deste ano, e foi para R$ 2,68 trilhões, segundo informações divulgadas ontem pela Secretaria do Tesouro Nacional.
O economista Paulo Rabello ressaltou a importância e o papel do Senado Federal ante a crise econômica, conforme ponderou, sob pena de responder civil e criminalmente. "O Congresso Nacional deveria sim, encampar uma revolução orçamentária. Como bem disse o senador Blairo, este aqui é o Conselho de Administração de uma empresa chamada Brasil, ou seja, estamos onde tudo é possível mudar: no Senado Federal. Nesses momentos de crise, a administração responde até mesmo criminalmente. Em 2016 temos que atacar linearmente e por uma explicação muito simples, chegamos no limite", argumentou o coordenador do Movimento Brasil Eficiente.
Blairo foi além, e defendeu que as mudanças comecem, de fato, pelo próprio Senado Federal. "Quando me refiro ao exemplo que o Governo deve dar, falo que isso deve começar por aqui, deveríamos propor um corte de 10% em tudo, desde os nossos salários até as depesas gerais. Precisamos dar exemplo sim, porque a crise é para todo mundo, o cinto tem que ser apertado em todo lugar. Sou adepto da austeridade, quando podemos gastar tudo bem, mas, em época de crise é necessário cortar gastos. Não vou aprovar nada que venha do Executivo no sentido de aumentar impostos para a população, sem que haja o mínimo de contrapartida da União, mostrando que também está fazendo sacrifícios", disparou Maggi.
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