O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, disse nesta terça-feira (13.09) que os 5.563 municípios brasileiros não dispõem de recursos suficientes para custear R$ 10,5 bilhões por ano em relação ao piso salarial enfermagem. A declaração foi à rádio Senado.
Ziulkoski reafirmou na entrevista que a única solução para que os municípios possam honrar com novo piso salarial seria o aumentar os repasses do Governo Federal ou demissões e cortes na área da Saúde.
“Quero deixar claro que nenhum prefeito ou prefeita, acredito que nenhum cidadão contra o piso. Todos acreditam que eles devem ter uma melhor remuneração até mesmo daquele que está fixado na lei sancionada. Só que não há como suportar esse pagamento. Então não adianta eu criar uma despesa a mais, se não tenho como suportá-la, por mais necessária que seja”, declarou Paulo Ziulkoski.
Nessa segunda (12), a Confederação Nacional de Municípios apontou que 306 mil mato-grossenses podem ficar desassistidos na rede municipal de Saúde com a manutenção do piso da enfermagem sem uma fonte de custeio. O novo piso deve gerar despesas de mais de R$ 20,7 milhões por ano aos 141 municípios de Mato Grosso.
Além disso, a entidade afirmou que em todo o país a manutenção do piso pode resultar na demissão de 32,5 mil profissionais de enfermagem.
Leia Mais - Piso salarial da enfermagem pode causar demissões e desassistência de 306 mil mato-grossenses
Sancionado em agosto deste ano, pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), fixou em R$ 4.750 o piso nacional de enfermeiros dos setores público e privado, valor que serve de referência para o cálculo do mínimo salarial de técnicos de enfermagem (70%), auxiliares de enfermagem (50%) e parteiras (50%). Na prática o salário dos técnicos de enfermagem ficou em R$ 3.325; auxiliares de enfermagem no valor de R$ 2.375; e de parteiras em R$ 2.375.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).