"A vacinação contra a covid-19 (coronavírus) poderia estar mais avançada no Brasil, caso governadores e prefeitos deixassem de incluir determinados grupos como prioritários, descumprindo assim o que está pactuado no Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde", afirma o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em sessão da Comissão Temporária da Covid-19 no Senado.
Recentemente o governador Mauro Mendes (DEM) e o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), anunciaram a vacinação de determinados grupos como prioritários para se imunizarem contra o coronavírus, como por exemplo gestantes, garis e pessoas em condições de rua.
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Queiroga declarou que a vacinação no país tem avançado muito, sendo registrado diariamente 1 milhão de imunizados, destacando que na última sexta-feira (23.04) foram contabilizadas 1,8 milhão de pessoas vacinados. Porém, segundo ele, a inclusão de alguns grupos como prioritários por parte de Estados e municípios atrapalha o processo de imunização.
“A campanha de vacinação tem acelerado seu ritmo. Essa aceleração depende do nosso Programa Nacional de Imunização, que é patrimônio de todos os brasileiros. Se nós respeitássemos o Programa Nacional de Imunização, como foi pactuado na tripartite (União, Estados e municípios), ele iria melhorar. Ocorre que os senhores sabem que na bipartite (Estados e municípios) as vezes se mudam a orientação para incluir um grupo ou outro, e isso termina por alterar a harmonia do nosso programa e atrapalha o processo de vacinação. Então é até um apelo que faço, porque sabemos que no afã de contribuir para vacinação, as vezes se pressiona para colocar um grupo prioritário, que todos têm razão de querer ter vacinação o mais rápido possível, mas isso atrapalha o nosso PNI”, declarou.
O ministro explicou que até o momento, segundo o vacinômetro do Ministério da Saúde, mais de 57 milhões de doses foram distribuídas e que cerca de 37 milhões de doses aplicadas. Conforme ele, a diferença de 20 milhões de doses está relacionada com a demora na entrega das vacinas aos municípios e pediu que a questão não seja polemizada.
“Essa diferença de 20 milhões gera uma certa confusão. Mas, já pedi para o setor de Comunicação fazer uma mudança para que não gere tanto calor sobre essa questão da vacina. Porque aí gera uma discussão: essas doses estão aonde? Não aplicou? A maior parte destas doses não foi aplicada. Algumas estão guardadas e outras não chegaram aos municípios porque existe um retardo de 10 dias para que essas doses, uma vez entregue, sejam distribuídas aos municípios”, explicou Queiroga.
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