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Política Terça-feira, 15 de Abril de 2014, 08:40 - A | A

Terça-feira, 15 de Abril de 2014, 08h:40 - A | A

Mesmo com renúncia, Vargas não poderá disputar eleições até 2023

Petista entregará sua carta de renúncia à Mesa Diretora da Câmara nesta terça-feira (15)

R7.com

Vargas estava sendo pressionado pelos próprios colegas de partido desde que veio à tona sua ligação com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato da PF (Polícia Federal) que desmontou esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.

Antes disso, Vargas já havia se licenciado por 60 dias do mandato e renunciado ao cargo de vice-presidente da Câmara.

A decisão foi tomada nesta segunda-feira (14) em reunião com o presidente do PT, Rui Falcão, e outros membros da Executiva Nacional do partido. Segundo uma liderança próxima a Vargas, o ainda deputado estava “abatido e arrasado”, mas entendeu o posicionamento do PT.

A direção petista argumentou que, com o voto aberto em plenário, ele provavelmente seria cassado. E que o processo ainda se arrastaria por 90 dias na Comissão de Ética da Câmara, o que não seria bom nem para ele, nem para o partido.

Na reunião, foi dito a Vargas que o partido não lhe viraria as costas, mas que também não poderia encampar sua defesa.

Outro ponto que pesou foi o envolvimento de Youssef com as suspeitas de corrupção na Petrobras. Com o governo tentando de todas as formas abafar ou ao menos amenizar os efeitos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que a oposição quer instalar para investigar a estatal, ter o nome do deputado envolvido em escândalos só agravaria o cenário.

Vargas aparece em diálogos captados pela PF no qual ele troca mensagens com o doleiro para tratar de projeto de interesse de uma empresa de Youssef com o Ministério da Saúde. Além disso, o petista usou um jato cedido pelo doleiro para passar férias com a família no Nordeste.Mesmo com a decisão de renunciar ao mandato de deputado federal nesta terça-feira (15), André Vargas (PT-PR) deverá ficar inelegível até 2023, de acordo com que prevê a Lei da Ficha Limpa.

Segundo a legislação, fica inelegível por oito anos, após o fim de sua legislatura, qualquer parlamentar que renunciar ao mandato após já ter sido protocolada representação que possa culminar com sua cassação do mandato.

Na semana passada, o Conselho de Ética da Câmara já abriu abriu processo para investigar o parlamentar do PT.

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