A juíza da Sétima Vara Criminal, comarca de Cuiabá, Selma Rosane Santos de Arruda autorizou o bloqueio de mais de R$ 5,8 milhões das contas dos investigados na 5ª Fase da Operação Sodoma, deflagrada na manhã desta terça (14.02).
Conforme decisão da magistrada, “a forma mais eficaz de garantia do Juízo quando se trata de crime contra a administração pública que importa em desvios do erário é o bloqueio de contas, ou seja, a constrição do patrimônio dos envolvidos. “No caso em pauta as imputações em desfavor dos investigados são de desvio de quantia superior a OITO MILHÕES DE REAIS, objeto não apenas de crime contra administração pública, mas também de fraude à licitação e organização criminosa, envolvendo ainda alguns personagens periféricos” destaca.
A 5ª Fase da Sodoma originou a prisão de Valdisio Juliano Viriato e Francisco Anis Faiad (ex-presidente da OAB e atual procurador Geral Legislativo da Câmara de Vereadores de Cuiabá). Ainda, novos mandados de prisão contra réus que já estão presos por conta de outras fases da Sodoma foram cumpridos, são eles: Silval da Cunha Barbosa (ex-governador), Sílvio Cesar Corrêa Araújo e José Jesus Nunes Cordeiro.
Ao todo, R$ 5.855.000,00 milhões deverão ser bloqueados das contas bancárias pessoais em nome de Silval Barbosa, Silvio Cezar, José Jesus, Faiad e Valdisio Juliano Viriato. Ainda, o bloqueio das contas das empresas em que os acusados são sócios: Advocacia Faiad Ltda (Francisco Faiad); KV Energia Ltda (Valdisio Viriato); Bvpx Automotiva Ltda (Valdisio Viriato); Bvpx Cambóriu Ltda (Valdisio Viriato); e Emavi Investimentos e Participações S.A (Valdisio Viriato).
A juíza ainda determinou o bloqueio de R$ 300 mil nas contas bancárias pessoais em nome de Wanderley Facheti Torres e Rafael Yamada Torres, bem como das contas bancárias em nome da pessoa jurídica, da qual Wanderley Torres figura como sócio, a TRIMEC — Construções e Terraplanagem Ltda.
Outra determinação da magistrada foi quanto à “devassa” nos aparelhos eletrônicos dos denunciados. “Determino que os aparelhos telefônicos apreendidos e respectivos objetos capazes de armazenar arquivos eletrônicos sejam periciados com o fim de análise dos documentos armazenados eletronicamente, inclusive para verificar as conversas mantidas por meio de aplicativos, tendo em vista que os investigados mantinham conversas, bem como a apreensão de documentos relacionados a transferências bancárias, documentos referentes a aquisição de móveis e imóveis e outros documentos que porventura interessem as investigações, além de buscas no (s) veículo (s) que se encontrar (em) nos endereços descritos acima” diz decisão
SODOMA V – A 5ª fase da Operação Sodoma investiga fraudes à licitação, desvio de dinheiro público e pagamento de propinas, realizados pelos representantes da empresa Marmeleiro Auto Posto LTDA e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática LTDA, em benefício da organização criminosa comandada pelo ex-governador, Silval da Cunha Barbosa, preso em setembro de 2015, na primeira fase da Sodoma.
Os mandados de prisão foram cumpridos contra os investigados: Valdisio Juliano Viriato, Francisco Anis Faiad (ex-presidente da OAB e atual procurador Geral Legislativo da Câmara de Vereadores de Cuiabá), Silval da Cunha Barbosa (ex-governador), Sílvio Cesar Corrêa Araújo, José Jesus Nunes Cordeiro. Entre os conduzidos coercitivos para interrogatórios estão: Wilson Luiz Soares, Mario Balbino Lemes Junior, Rafael Yamada Torres, Marcel Souza de Cursi.
Os suspeitos são investigados em fraudes à licitação, corrupção, peculato e organização criminosa em contratos celebrados entre as empresas Marmeleiro Auto Posto LTDA e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática LTDA, nos anos de 2011 a 2014, com o Governo do Estado de Mato Grosso.
Segundo a Polícia Civil apurou, as empresas foram utilizadas pela organização criminosa, investigada na operação Sodoma, para desvios de recursos públicos e recebimento de vantagens indevidas, utilizando-se de duas importantes secretarias, a antiga Secretaria de Administração (Sad) e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Septu), antiga Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).
As duas empresas, juntas, receberam aproximadamente R$ 300 milhões, entre os anos 2011 a 2014, do Estado de Mato Grosso, em licitações fraudadas. Com o dinheiro desviado efetuaram pagamento de propinas em benefício da organização criminosa no montante estimado em mais de R$ 7 milhões.
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