"O governador Mauro Mendes (União) quer colocar o Conselho Estadual da Educação sob o controle do Poder Executivo e das escolas privadas. Ele quer retirar a representação de parcelas importantes da nossa população, e isso vai à contramão da virada de página que o Brasil fez com a vitória do presidente Lula - e com a derrota do bolsonarismo", disse o deputado estadual Lúdio Cabral, em entrevista ao No Ar, com o jornalista Geraldo Araújo.
Conforme o parlamentar, o Conselho Estadual de Educação é um instrumento de controle público das políticas de Educação, onde é representado por 25 membros, entre população negra, povos indígenas, pessoas com deficiência, pais e alunos do Conselho da Criança e Adolescente, Sindicato dos trabalhadores da Educação, e o governador, quer simplesmente reduzir o número de representações e deixar sob o controle do Poder Executivo e das escolas privadas.
O petista explicou que com essa redução proposta por Mauro Mendes, o conselho deixaria de ter 25 membros, e passaria a ter oito membros, sendo quatro do Poder Executivo e quatro das escolas particulares.
Lúdio usou ainda, como exemplo de autoritarismo do governador, com a Edução do Estado, a forma que hoje ocorre as eleições para diretores das escolas estaduais. Segundo o deputado, os diretores eram eleitos pela comunidade escolar, e, hoje, o Estado alega que faz um processo seletivo. "Nós sabemos que é viciado, porque não é a qualificação do trabalhador que o coloca na condição de diretor, porque há uma entrevista feita sem critérios objetivos, que define se aquele trabalhador será ou não diretor".
O deputado acusou o governador Mauro Mendes, por promover a 1ª convenção de diretores de Mato Grosso, no Malai Manso Resort, entre os dias 19 e 22 de março, que, segundo ele, como estratégia - "uma espécie" de cooptação dos diretores e diretoras das escolas estaduais para o seu projeto de privatização da Educação Pública no Estado, e com contornos autoritários, a militarização, de um modelo sintonizado com o que foi o Governo Bolsonaro, mas esqueceu que o Brasil já virou a chave dessa página triste da história dos brasileiros.
As críticas do deputado são em relação ao concurso de pantufas, realizado neste mês em resort de luxo. Na ocasião, o parlamentar chegou a afirmar que a Educação pública estadual de Mato Grosso estava padecendo, enquanto o Governo realizava eventos em resort de luxo. A crítica resultou em requerimentos aprovados pelo Plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT) solicitando informações sobre o evento, inclusive, informações sobre o custo.
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Outro tema negativo do Governo do Estado, na área da Educação, citado pelo deputado, foi em relação do "web ponto", método utilizado para controlar a frequência da jornada de trabalho dos servidores e trabalhadores da Educação Estadual, que para Cabral, tem causado problemas, e até corte de salário, daqueles professores que trabalham em três, quatro lugares, que precisam ir de um lado para o outro para conseguir fazer o registro do ponto, e muitas vezes não conseguem.
Lúdio classificou o método como um "enorme transtorno", dando como exemplo, aquele professor que chega mais cedo na escola para preparar a aula, mas não pode bater o ponto antes das 7 horas, ou aquele que saí às 11 horas, mas se fica até às 11h30, não pode bater, pois o sistema recusa o ponto dele, consequentemente esse professor terá que dar uma justificativa para lançar no sistema, e o transtorno aparece quando o educador precisa pegar a assinatura do coordenador, que não é muito fácil encontrá-lo. "O professor trabalha, faz sua parte, e aí vem uma metodologia que prejudica o servidor que causa até corte no salário. Isso não deveria acontecer no Estado", concluiu Lúdio Cabral.
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