Base do Governo do Estado na Assembleia Legislativa (AL/MT), o deputado estadual Júlio Campos (União), em entrevista ao No Ar, com o jornalista Geraldo Araújo, na manhã desta terça-feira (07.11), se mostrou insatisfeito com algumas atitudes do governador Mauro Mendes (União), no que diz respeito aos projetos de leis encaminhados pelos parlamentares e vetados pelo chefe do Executivo estadual.
Júlio Campos sugeriu que na Casa Civil tem um departamento exclusivo para vetar os projetos de autoria dos deputados estaduais, visto que a cada dez projetos aprovados na Casa de leis, pelo menos oito são vetados. O deputado foi além e ainda citou que até mesmo os projetos que o Executivo manda para AL, os parlamentares discutem e aprovam, quando volta, Mendes veta.
O ex-governador mencionou outro caso de incoerência em relação às emendas impositivas, que o governador garantiu o pagamento de até 2%, mas em seguida judicializou em Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), que a imposição imediata do novo percentual representaria um impacto significativo nas finanças, exigindo a realocação de verbas orçamentárias planejadas anteriormente.
Para Campos, esses desencontros são por falta de política e de um maior entrosamento, o que significa que falta uma abertura política por parte do Governo do Estado. “O governador Mauro Mendes me desculpe a sinceridade, mas esse Governo é muito fechado, é um Governo de portas trancadas. Não se tem diálogo com a classe política, e não é só com o Legislativo, é com outros Poderes também”, ponderou Campos.
Conforme o parlamentar, até o próprio partido do União Brasil tem pouco acesso ao Governo, os filiados não são partícipes de nada, parecendo que o retorno (de campanha em grupo) finda exclusivamente o lado pessoal do governador - “personalístico”, definiu Júlio.
De acordo com Júlio, até o próprio líder do Governo na AL, Dilmar Dal Bosco, sente-se um pouco excluído das decisões do Executivo. Para Júlio, a figura do líder é representar o Governo na Assembleia Legislativa, estando ele atualizado e sintonizado permanentemente com a equipe, em especial com a Casa Civil, e assim atualizado com todas as decisões do governador.
No entanto, o deputado citou que muitas vezes o próprio líder do Governo é surpreendido com projetos que chegam na última hora na Casa de Leis que nem mesmo ele tem conhecimento. “Há poucos dias chegou o projeto da mineração que nem ele sabia, ele não tinha conhecimento que ia chegar aquele projeto. Quer dizer que não tem um preparo, uma conversação antecipada. Olha, meu líder, nós estamos encaminhando para apreciação da Assembleia esse projeto, e você conversa com a bancada, mas não, não existe esse diálogo”, declarou.
Ainda em relação aos desencontros, Júlio também mostrou sua insatisfação com o comando do deputado Fábio Garcia à frente da Casa Civil. Para Campos, é uma situação lamentável, pois os deputados achavam que com a presença de Garcia na Secretaria as coisas iriam fluir melhor. Entretanto, Júlio disse que Fábio tem estado muito atarefado e envolvido com sua possível pré-candidatura à Prefeitura de Cuiabá, que praticamente continuou no mesmo estilo do Mauro Carvalho.
Suplente de senador, Mauro se afastou da Casa Civil para assumir a cadeira no Senado no lugar do senador Wellington Fagundes. Campos disse que espera que depois dessa reciclagem em Brasília, Carvalho possa voltar com uma nova visão e entender o trabalho um deputado estadual, e que ele é cobrado diariamente pelos eleitores, e seja mais maleável com os projetos encaminhados pelos parlamentares.
Júlio Campos sugeriu, ainda, que o governador Mauro Mendes abra mais a estrutura da Casa Civil e insira mais subchefes para interagir com o Poder Legislativo.
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