O médico Josias Guimarães, o empresário e secretário de Finanças da Prefeitura de Várzea Grande, Mauro Sabatini e o ex-diretor-geral do Departamento de Água e Esgoto (DAE-VG), Evandro Gustavo Pontes, eram os “cabeças” financeiros da campanha de Walace Guimarães e Wilton Coelho, em 2012. Foi o que constatou a perícia contábil realizada pela empresa Suporte Empresarial, por determinação da Justiça Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT).
Josias, Sabatini e Evandro movimentaram mais de R$ 3,2 milhões, sendo que declarados à Justiça Eleitoral foram apenas R$ 1.457.173,89 milhão, conforme consta da prestação de contas do peemedebista. A perícia identificou transações feitas entre as pessoas físicas e jurídicas, fornecedores e doadores da campanha no montante de pouco mais de R$ 1,2 milhão.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), foi promovida pelo Partido Democratas de Várzea Grande (DEM/VG), que busca comprovar que Walace e Wiltinho, no período da campanha eleitoral de 2012, à Prefeitura, utilizaram de práticas financeiras proibidas pela legislação eleitoral, especialmente no financiamento ilegal de campanha e pagamento de fornecedores fora da conta oficial de campanha, incidindo, em tese, na conhecida prática costumeiramente denominada “caixa 2”.
As pessoas físicas e jurídicas que tiveram o sigilo bancário quebrados por ordem Judicial foram Walace Guimarães, Wilton Coelho, Josias Santos Guimarães, Evandro Gustavo Pontes da Silva, Mauro Sabatini Filho, e as empresas M. Sabatini Filho & Cia Ltda ME, E.G.P da Silva, Líder Comércio e Serviços de Telefonia Ltda, Eduardo Balbino Ferreira, Márcio Nunes ME – Produção e Vídeo.
Em acareação dos documentos obtidos com a quebra de sigilo bancário com a apresentação de contas de Walace, a perícia técnica identificou movimentações financeiras, entre doadores e fornecedores de produtos e serviços para campanha, a exemplo de atual secretário de Comunicação, Eduardo Balbino Ferreira, empresa Líder Comércio e Serviços de Telefonia Ltda, Dibox Distribuidora, Editora De Liz (dono da Penta), Telemarketing e Pesquisa de Opinião Pública Ltda-ME, Jean Davi Flores, Nosso Posto Combustível e Lubrificantes Ltda.
Na prestação de contas de Walace, consta que Evandro teria recebido R$ 66 mil de Josias, mas conforme extrato a movimentação foi muito além do valor declarado. Assim também, ocorreu com o Mauro Sabatini e outras empresas doadoras e fornecedoras.
A empresa Líder Comércio e Serviços de Telefonia Ltda, que doou R$ 200 mil para a campanha de Walace em 31 de outubro, recebeu do Josias, por meio de cheque, o mesmo valor da doação (R$ 200 mil), em 30 de outubro.
O prefeito declarou em sua prestação de contas que gastou R$ 850 com publicidade de materiais impressos, pagos a empresa Jean Davi Flores – ME (Jota Design). No entanto, documentos da quebra de sigilo apontaram que a referida empresa recebeu por meio de transação feita pela gráfica de Evandro (EGP da Silva) 9.450,00, sem nunca ter prestado serviços a EGP, conforme declarado formalmente pelo proprietário da empresa.
A empresa Dibox também é apontada na transação com Josias Guimarães e com a empresa do secretário municipal de Finanças (M Sabatini e CIA). A empresa doou oficialmente R$ 142 mil para a campanha de Walace, mas a quebra de sigilo bancário detectou que a Dibox recebeu de volta, o valor doado, por meio de transferências feitas por Josias e pela MS, o montante de R$ 149,1 mil – ou seja, o valor doado R$ 142 mil acrescido mais 5% , ou seja, R$7,1 mil, o que totalizam R$ 149,1 mil.
Em relação ao Nosso Posto Combustível e Lubrificantes Ltda, Walace declarou ter pago R$ 34.788,00 mil, no entanto, consta na quebra de sigilo que a referida empresa teria recebido R$ 68 mil por meio de transações feitas pela empresa do secretário de Finanças (Mauro Sabatini), além disso, em depoimento, os responsáveis pela empresa declarou que não havia fornecido combustível à empresa M. Sabatini Filho & Cia Ltda. – ME.
Quanto a E G P da Silva ME, que prestou serviços gráficos à campanha eleitoral de Walace e Wiltinho, na prestação de contas consta ter recebido o valor total de R$ 68 mil, porém, a quebra de sigilo bancário encontrou valores recebidos pela empresa acima do legalmente declarado. Conforme a perícia, a E G P da Silva ME, recebeu além do valor oficialmente declarado, um total de R$ 260 mil, repassados pela empresa de Mauro Sabatini. (MS Celular).
Sem recursos – As provas obtidas com a quebra de sigilo, conforme a perícia técnica evidencia que houve uma movimentação financeira fora da prestação de contas de campanha, ou seja, caixa 2. A única chance de Walace se manter no cargo seria recorrer e derrubar a juntada dos documentos da quebra de sigilo nos autos, porém, os recursos do peemedebista se esgotaram, aja vista que a decisão que determinou a quebra de sigilo bancário já transitou em julgado, conforme reconheceu nesta terça-feira (24.03) o pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE/MT).
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).