Antônio Galvan, ex-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), rebateu, nesta quarta-feira (10.04), às críticas do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho (União). Botelho, em entrevista à imprensa, hoje, acusou, Galvan de "lambança", termo utilizado para denunciar supostos desvios na gestão dos recursos da Aprosoja.
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De acordo com Botelho, Galvan teria redirecionado os recursos da associação para fins políticos, gerando complicadores no cenário atual. “O ex-presidente da Aprosoja que fez lambança lá e isso está criando uma complicação agora para todo mundo. Esse senhor que passou na presidência da Aprosoja, usou o dinheiro da Aprosoja para desviar a finalidade. O ex-presidente Galvan é o responsável por toda essa complicação que está aí. Ele usou a Aprosoja politicamente, usou e abusou, foi o homem da confusão. E agora estamos tentando, lutando para arrumar essa confusão que esse cidadão criou”, complementou.
Em sua defesa, Galvan rememorou o início da controvérsia sobre o calendário de plantio de soja em Mato Grosso, que se deu em 2015, sob a gestão de Pedro Taques. “Naquela época, o governo estadual, sem apoio científico, alterou a calendarização do plantio através de uma instrução normativa, sem base científica”.
Galvan defendeu que, em resposta, a Aprosoja iniciou uma pesquisa científica com especialistas nacionais e internacionais. Apesar de alguns contratempos regulatórios, os dados coletados apontaram que o plantio entre o início de fevereiro a dezembro poderia reduzir significativamente o uso de defensivos. Segundo ele, a discussão evoluiu e, nos anos subsequentes, esforços de mediação culminaram em pesquisas adicionais e em um consenso para realizar estudos dentro da legalidade.
“O presidente Botelho deve recordar seu papel como 'amicus curiae' nessa questão. Confesso que suas declarações me desapontaram, especialmente quando mencionou um suposto desvio de finalidade. Fui convocado para depor em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) precisamente para esclarecer essas alegações, mas nada foi comprovado. Da mesma forma, nosso conselho fiscal e outros indivíduos foram interrogados na CPI da Assembleia. Apesar das intensas especulações na mídia, nenhuma evidência de irregularidade foi encontrada. Portanto, gostaria de entender especificamente onde ocorreu o alegado desvio de finalidade nos recursos da Aprosoja. Regularmente auditados, realizamos assembleias e possuímos um conselho fiscal responsável por analisar as contas, determinando sua aprovação ou reprovação", questionou.
Em relação aos atos considerados antidemocráticos, Galvan assumiu ter sido citado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde agosto de 2021. "Felizmente, até o presente momento, não há qualquer comprovação contra mim neste inquérito. Assim, apesar das alegações, a ausência de evidências sustenta minha posição. Gostaria de questionar se você está ciente de algum ato antidemocrático específico, pois, se sim, peço que me aponte. Me parece que houve um esquecimento de seu apoio incondicional a nós, especialmente diante dos grupos poderosos mencionados. Quanto ao pedido da A Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa) para cessar seu fundo, é direito dela pleitear tal medida. Creio, porém, que o direito se estenda a vocês, permitindo a retirada do fundo, mas isso não deveria se aplicar indiscriminadamente a outras entidades”, enfatizou.
Ele finalizou que é crucial esclarecer à sociedade que nenhum recurso proveniente do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (FETHAB) é destinado às entidades sem a devida autorização. Portanto, asseguro que não existe desvio algum dos recursos destinados às entidades representativas do setor."
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