No dia em que centenas de índios ocuparam a Câmara dos Deputados para protestar contra proposta que pretende alterar as regras de demarcação de reservas indígenas, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Marco Feliciano (PSC-SP), procurou lideranças indígenas para colocar a estrutura do colegiado à disposição da minoria.
Segundo o parlamentar paulista, que é acusado de “racista” e “homofóbico” por integrantes de movimentos sociais, “índios são minoria de verdade”.
"Coloquei a comissão [de Direitos Humanos] à disposição dos índios. Eles nem procuraram a comissão porque parece que há muito tempo não têm oportunidade na comissão. Estamos juntos, vamos fazer o que for possível. Os índios são minoria de verdade”, afirmou Feliciano ao G1.
O deputado do PSC tem sido criticado por ativistas desde que assumiu o comando do colegiado, em razão de comentários que postou em redes sociais sobre homossexuais e o continente africano. Em 2011, Feliciano escreveu no microblog Twitter que africanos "descendem de ancestrais amaldiçoados por Noé" e afirmou que gays têm "podridão de sentimentos" que, segundo ele, "levam ao ódio, ao crime e à rejeição".
Feliciano enfatizou ao G1 que se colocou à disposição dos manifestantes que protestam contra ele para tentar uma trégua. O deputado, no entanto, reclama que “ninguém” o procura para conversar. “Eu estou tentando fazer a minha parte, estou procurando o diálogo”, disse.
Nesta quarta (17.04), a Comissão de Direitos Humanos da Câmara irá realizar uma audiência pública para discutir a ação da Polícia Federal na área indígena Munduruku, no Pará. Feliciano destacou que, a exemplo da última semana, irá abrir a sessão ao público.
O deputado ressaltou que a prioridade de acesso ao plenário do colegiado será dos representantes indígenas. Conforme ele, cerca de 60 índios já teriam confirmado presença no encontro. Somente se sobrar espaço no plenário, integrantes de movimentos sociais e evangélicos poderão entrar na sala.
Feliciano acredita que, mesmo com as tentativas de aproximação com seus opositores, os ativistas que pedem sua renúncia permanecerão mobilizados para tentar forçá-lo a deixar o comando da comissão. Mas aposta que, “mais cedo ou mais tarde”, seus críticos irão aceitar sua eleição para o posto.
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