O senador por Mato Grosso, Wellington Fagundes (PR), um dos 21 senadores indicados para compor a Comissão Especial que irá analisar o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), apesar de defender a admissibilidade do processo, disse que ainda não se decidiu sobre o mérito.
O republicano alertou que não fará, como muitos fizeram, antecipando o voto, antes mesmo de se inteirar do processo de impeachment. “Nós poderíamos estar aqui, como muitos outros já o fizeram, antes de o processo do impeachment chegar a esta Casa, muitos se apressaram em adiantar o seu voto. Claro que isso é muito mais fácil, porque, como disseram aqui, hoje nós vivemos um Fla-Flu. Grande parte da população quer o "Fora, Dilma!", quer a Dilma fora do mandato; alguns outros setores, alguns, não, muitos setores da sociedade e também da população defendem a permanência da Presidente. Mas o certo é que caberá a nós, o Senado da República, julgar o processo de impeachment” declarou.
Fagundes destacou ser um parlamentar municipalista, e que não usará do voto para antecipar campanha eleitoral. “Estamos chegando a um momento de amadurecimento. Eu poderia, como muitos me cobram, já ter adiantado esse voto. Eu poderia ir às praças públicas, participar das passeatas e fazer uma campanha eleitoral antecipada. Nós temos a responsabilidade de representar os Estados brasileiros. Portanto, aqueles radicais não podem querer tomar as decisões antes da hora ou fazer a política da rua, a política do bem melhor, a política da eleição que virá daqui a dois anos, aliás, a política da eleição municipal que já está aí. Não. Nós temos que ter responsabilidade. E o momento está chegando. É claro que esse voto não pode ser só um voto técnico; este momento é o momento da admissibilidade” reiterou.
O senador mato-grossense lembrou que na segunda-feira (25.04), será formalizada a comissão e serão eleitos presidente e relator, e que caberá ao Relator fazer o seu relato para que, na Comissão, os senadores possam apreciar, votar e, depois no plenário, tomar a decisão.
“É claro, que todos nós, a cada dia, vamos nos convencendo, inicialmente, não só pela questão da legalidade, pelos motivos que levaram ao processo de impeachment. Agora cabe a nós votar; já foi votado na Câmara dos Deputados pela maioria. Aí chega o momento político”.
Ele disse que o impeachment está previsto constitucionalmente e que não é golpe, e que cabe ao Senado fazer a análise com responsabilidade. “Aí entra o papel do Senado de ser a Casa moderadora, a Casa do equilíbrio, a Casa que não pode fazer o mesmo que fizeram na Câmara dos Deputados: apresentar pautas bombas, cujas consequências para amanhã, de curto, médio e longo prazos, podem levar o Brasil à derrocada, podem levar o Brasil a uma posição de total insolvência. Nós temos que pensar nas futuras gerações ao votar; nós não podemos votar apenas pensando no filho, na esposa, na família. Não! Eu estou aqui com a responsabilidade de milhares de votos do meu Estado” destacou.
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