A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, emitiu parecer pelo arquivamento do inquérito aberto contra o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), por suposto recebimento de R$ 12 milhões em propina da Construtora Odebrecht. O inquérito está ligado a Operação Lava Jato e tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o processo, em delação premiada dos executivos da Odebrecht, João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto, afirmaram que Maggi teria recebido R$ 12 milhões para ser investido em sua campanha eleitoral de 2006, período em que era governador de Mato Grosso e disputava à reeleição.
Conforme os autos, Odebrecht efetuou pagamento como forma de obter auxílio para a liberação de créditos pendentes que a companhia tinha a receber do governo de Mato Grosso.
Na delação, os executivos afirmaram que a propina foi solicitada pelo ex-secretário de Estado, Eder Moraes. “O solicitante (Eder), inclusive, teria mencionado que o pedido era de conhecimento do então governador (Maggi) ”, diz parte extraído do processo.
Em parecer enviado ao STF nesta terça-feira (02.10), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apontou que não existe nos autos lastro probatório mínimo para o oferecimento de denúncia contra Maggi. “Não havendo lastro probatório mínimo para o oferecimento de denúncia com perspectiva de êxito, justifica-se o arquivamento deste Inquérito”, diz trecho extraído do despacho de Dodge.
O pedido de arquivamento será analisado ao relator do inquérito no STF, ministro Edson Fachin. Ele irá decidir se acompanha ou não o parecer de Raquel Dodge.
Outro Lado - Por meio de nota enviado à imprensa o advogado de Maggi, Fábio Galindo, afirmou que não foram entregues provas contra o ministro e as acusações dos delatores também não foram comprovadas por diligências da Procuradoria-Geral.
“No fim das contas não teve denúncia. Teve uma palavra isolada dos colaboradores. A decisão revela o equilíbrio da PGR na apreciação dos fatos e a inocência de um homem público que sempre conduziu suas ações com retidão”, disse Galindo.
Já Blairo Maggi limitou-se a dizer que o pedido da PGR pelo arquivamento da denúncia demonstra “que é a verdade foi restabelecida, e Justiça feita”. “Recebo a notícia que a PGR promoveu o arquivamento do Inquérito 4.447 aberto contra mim no caso Odebrecht - Lava Jato. Esta é a verdade restabelecida, a Justiça sendo feita, o que Estou muito feliz”, afirmou o ministro.
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