A juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal, ouve nesta segunda-feira (12.12) o depoimento dos delatores da “Operação Rêmora”, os empresários Giovani Belatto Guizardi e Luiz Fernando da Costa Rondon.
A Operação Rêmora, deflagrada em maio deste ano pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), investiga pagamento de propina por parte de empreiteiros e fraudes em licitação nas obras de reforma e construções de escolas ligadas a Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT). A operação resultou na prisão de empresários, servidores públicos e do ex-secretário de Educação, Perminio Pinto.
Giovani e Luiz Fernando foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE), juntamente com outras 20 pessoas, de cometerem os crimes de corrupção, organização criminosa, fraudes em licitação ocorrida na Seduc/MT. Os supostos esquemas teriam causado um prejuízo aos cofres públicos no valor de R$ 56 milhões.
Atualizada às 14h40 - Depoimento - O primeiro a prestar o depoimento é o empresário Giovani Guizardi. O empresário diz que 2014 foi convidado pelo empresário Allan Malouf para participar da campanha eleitoral que elegeu o governador Pedro Taques (PSDB). Na campanha, o empresário declarou ter doado R$ 300 mil, enquanto que Malouf investiu R$ 10 milhões.
Guizardi relata que como contrapartida da doação da campanha de Taques, Allan Malouf intermediou uma reunião com o ex-secretário de Educação Permínio Pinto para tratar sobre obras públicas.
O delator revelou que Permínio autorizou pagamento adiantado a empresa Aroeira Construções de propriedade do empresário Ricardo Sguarezi no qual ficou acertado que seria pago 5% de retorno para propina. Ele contou que após ter conhecimento sobre o esquema de propina na Seduc/MT, o empresário procurou Allan Malouf para inseri-lo no esquema.
Atualizada às 14h48 - O empresário diz que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Maluf (PSDB) era o “braço político” da Seduc, quem indicava ou tirava pessoas da pasta.
Atualizada ás 15h08 - O delator afirma que o ex-secretário Permínio Pinto era quem comandava o esquema de corrupção na Seduc/MT, e que o servidor público, Fábio Frigeri, apenas cumpria ordens do gestor em relação à cobrança de propina dos empreiteiros.
Segundo o empresário, tanto Permínio, quanto Frigeri, foram indicados a ocupar cargos no governo do Estado por indicação do deputado federal Nilson Leitão (PSDB).
O empresário assegurou que as obras da Seduc/MT não foram superfaturadas, e que o pagamento de propina era recebido em “dinheiro vivo”. Afirmou que Permínio e o deputado Guilherme Maluf ficavam com 25% (cada um deles), do valor total da propina cobrada dos empreiteiros.
Atualizada ás 15h25 - Delator revela que Permínio o solicitou para depositar em uma conta bancária o valor de R$ 10 mil, relacionado ao pagamento de propina. O empresário disse que seu funcionário realizou o depósito, e descobriu posteriormente que é a conta estava em nome de uma rádio no município de Sinop, e que ela seria de propriedade do deputado Nilson Leitão.
Atualizada às 16h00 - Guizardi afirmou que criou o projeto “Escola Legal”, orçado em R$ 33 milhões, com objetivo de desviar dinheiro da Secretaria de Educação voltado a beneficiar o empresário Allan Malouf. Segundo ele, o dinheiro desviado era pagar o investimento de R$ 10 milhões realizados por Malouf na campanha de Taques.
“Foram R$ 14 milhões para pagar o Malouf. Esse valor constava os juros do dinheiro investido por ele na campanha do Pedro Taques”, disse o delator.
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