“Estou desesperado. Estou com medo de ser preso”, diz mensagem do empresário Alan Malouf enviada via aplicativo WhatsApp, para o ex-secretário de Segurança Pública e ex-promotor de Justiça de Combate ao Crime Organizado, Fábio Galindo Silvestre, em 2016, antes de ter sua prisão decretada. Malouf foi preso em 14 de dezembro de 2016, acusado de supostamente integrar uma quadrilha que teria fraudado licitações na Secretaria Estadual de Educação (Seduc), cujo esquema foi descoberto por meio da Operação Rêmora.
Os prints da conversa foram expostos, em ação, pela defesa de Galindo, que tenta anular a delação de Malouf.
Na conversa, Malouf diz que o clima está muito pesado e que Galindo poderia ajudá-lo a segurar as investigações, já que teria influência no Gaeco e seria amigo de Selma Arruda – ex-juíza titular da 7ª Vara Criminal, hoje senadora de Mato Grosso.
No entanto, Galindo nega ajudar Malouf. “Alan, já te falei mil vezes, você não quer me escutar. Não existe isso de matar investigação no peito. Esquece isso. Quem te fala isso ta vendendo sonho. Esse caso já é consolidado, já tem gente presa, está em ebulição. Isso não para. Não existe amizade que segure isso” respondeu Galindo aos apelos de Malouf, que ainda aconselhou: “Seu único caminho é correr, se antecipar, comparecer e apresentar suas provas”.
Insatisfeito com a resposta, Malouf persiste: “Mas você tem influência lá. Pode fazer forçar do lado de cá para aceitarem. Você pode me ajudar. Você sabe disso”.
Malouf ainda apela para a amizade: “Fábio você era meu amigo. Estávamos juntos, vocês viviam em casa, tomava vinho, todo mundo junto. Agora que estou na merda estou sozinho. Você não sabe o inferno que virou minha vida” diz, e recebe como resposta: “Imagino que não seja fácil. Como amigo você tem minha solidariedade. Mas, com todo respeito, nunca imaginei que voc~e fosse se meter em uma confusão dessas, com corrupção, Seduc, sacanagem. Seus discursos sempre foram do bem de MT, agora, não venha me cobrar lealdade de coisa errada que você fez. Separe as coisas. Vá cobrar lealdade de seus comparsas”.
Diante da negativa do então amigo, Malouf dispara: “Vou f* todo mundo. Todo mundo, inclusive você”, e ainda disse que foi instruído por seu advogado, Huendel Rolim que “mais vale a versão, do que os fatos”.
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