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Política Domingo, 01 de Janeiro de 2023, 14:00 - A | A

Domingo, 01 de Janeiro de 2023, 14h:00 - A | A

ENTREVISTA

“Continuamos a construção de um Mato Grosso melhor para viver e empreender", diz Mauro Mendes

Mato Grosso foi impulsionado pelo volume de obras e ações que o Estado realiza em diversos segmentos

Revista Mato Grosso do Futuro

Reeleito com 68% dos votos válidos no dia 2 de outubro, Mauro Mendes foi o terceiro candidato a governador mais votado no primeiro turno das eleições de 2022, um forte sinal de que seu Governo à frente de Mato Grosso está no caminho certo. Sempre entre as primeiras posições nos rankings dos Estados brasileiros com maior crescimento econômico, Mato Grosso segue colecionando recordes de safras de soja e milho, essenciais para a produção de carnes e para o desenvolvimento de setores como o biodiesel.

Para Mauro Mendes, o posicionamento Mato Grosso foi impulsionado pelo volume de obras e ações que o Estado realiza em diversos segmentos, com investimentos, em forma de asfalto novo, pontes, escolas, quadras, novos hospitais, casas populares, entre outras obras.

Apoiador e entusiasta de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais, Mauro afirmou que, mesmo tendo sido o candidato mais votado no Estado, os esforços da população de MT não foram suficientes para eleger o atual presidente, e destacou que sua relação com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, será “republicana”.

Os desafios são muitos. Projetos de logística como a construção da primeira Ferrovia Estadual do Brasil e a estadualização da BR-163 abrem as cortinas de um novo momento no Estado. Além disso, as ações do Governo para a redução da emissão de carbono - destacadas na COP 27, realizada Egito no mês de novembro - e o trabalho de apoio à população em situação de vulnerabilidade - também fizeram parte da conversa especial que a equipe da revista Mato Grosso do Futuro teve com o governador. Confira!

Revista Mato Grosso fo Futuro - O senhor foi reeleito no primeiro turno, com 68,45% dos votos válidos, a terceira maior porcentagem de votação, o que demonstra alta aprovação de sua gestão. A que fator o senhor atribuiria a força desse apoio da população ao seu projeto de continuar como governador?

Mauro Mendes -  Acredito que o fator principal foi o resultado que entregamos nesses quase quatro anos de gestão, que foi reconhecido pela absoluta maioria da população. Pegamos um Estado quebrado, com salários atrasados, devendo fornecedores, viaturas parando por falta de pagamento e UTIs fechando. Isso tudo ficou para trás. Em menos de um ano, com a ajuda de toda a população, conseguimos retomar o equilíbrio fiscal e pagar servidores e credores em dia. O Estado voltou a ter credibilidade.

Nos anos seguintes enfrentamos uma dura pandemia, e agimos de forma séria para fazer frente a esse desafio, ao mesmo tempo em que investimos em todas as áreas com o programa Mais MT. Nunca houve tanto investimento, com mais de 15% da receita para obras e ações. Em todos os 141 municípios há obras do Governo já entregues ou em andamento. E a população percebeu isso porque essas melhorias foram sentidas na vida de todos. Uma frase que destacamos do Plano de Governo para a gestão 2023 - 2026 é: “Continuarmos a construção de um Mato Grosso melhor para viver e empreender.”

Revista - Já temos um Estado líder no agronegócio brasileiro e caminhando para resolver gargalos de logística e infraestrutura de escoamento de produção. Qual ação, ou quais principais ações deste próximo governo serão implementadas para que o Estado seja realmente um lugar melhor para se empreender (inclusive em outras áreas não apenas ligadas ao Agro) e também para viver?

Mauro Mendes - Ainda há um longo caminho para a questão logística, pois ainda temos muitas estradas não-pavimentadas no Estado. Mas já batemos recorde em asfalto novo, com 2.600 km de chão que virou asfalto. Mais de 1900 km de asfalto recuperado, centenas de pontes novas. E a melhor forma de atrair investimentos - e empregos - é ajudar os municípios a se desenvolverem.
Ninguém quer investir em locais inseguros, sem infraestrutura, sem saúde de qualidade e sem perspectiva. Por isso temos feito centenas de parcerias para construção de asfalto urbano, praças, parques, orlas, entregamos lâmpadas de LED para iluminar o estado todo, entre outras ações. Vamos dar continuidade a essa política para que os municípios potencializem suas vocações e possamos dar maior qualidade de vida à população, e com atração de novos investimentos e empregos.

Revista - Uma das diretrizes apresentadas em seu Plano é Melhorar a qualidade de vida das pessoas em vulnerabilidade social. Que ações serão realizadas para isso em curto prazo?

Mauro Mendes -  Primeiro vamos dar continuidade ao SER Família, que tem ajudado mais de 100 mil famílias a colocarem comida na mesa, além de manter as entregas de cestas básicas. Combater a fome vai continuar a ser prioridade. Nunca se investiu tanto no Social: foram mais de R$ 300 milhões nos últimos quatro anos.
Mas é preciso ajudar essas pessoas a resgatarem sua dignidade e a condição de encontrarem maneiras de garantir o próprio sustento e da família. Por isso temos investido em cursos de qualificação, que serão ampliados. Já contratamos 50 mil vagas para esses cursos, fundamentais para auxiliar milhares de famílias a se reinserirem no mercado de trabalho.

Outro foco é investir em habitação popular. Queremos viabilizar 40 mil casas populares. Já estamos fazendo um grande trabalho de concluir residenciais que estavam parados e agora vamos focar em fazer mais casas populares, que é o sonho de toda família. É uma maneira de realizar esse sonho, que também é um direito, e atrair mais pessoas para virem a Mato Grosso trabalhar e ajudar esse estado a crescer ainda mais.

4 – E na educação, o que será realizado neste novo Governo?

Mauro Mendes - É preciso reconhecer que pegamos uma Educação que estava com uma das piores colocações no IDEB. Apesar da pandemia, conseguimos subir duas colocações e fizemos o maior investimento público nessa área em Mato Grosso, com novas escolas, reforma das existentes, quadras, renovação da frota de ônibus e entrega de ar-condicionado para climatizar 100% das unidades. Compramos sistema de ensino da FGV, notebook aos professores, material didático igual das escolas particulares e uniforme escolar.

Vamos dar continuidade a esses grandes investimentos, com a instalação de TVs Smart em todas as salas de aula, chromebooks aos alunos e ferramentas para que o ambiente escolar seja cada vez mais interativo, tecnológico e atrativo, com a devida qualificação aos profissionais da Educação. Já estamos iniciando a inserção até no Metaverso nas salas, porque o aluno de hoje não retém conhecimento com os métodos de 10, 20 anos atrás. É preciso se adaptar a essa nova realidade. Tenho certeza de que, com essas estratégias, conseguiremos nos próximos anos colocar Mato Grosso entre os 10 estados com os melhores índices educacionais do país.

5 – Em outubro deste ano, uma inovadora ideia de seu Governo se tornou pública: a assinatura de um acordo entre a ANTT e a Rota do Oeste, na qual MT assume a concessão da BR-163, o que parece ser a solução definitiva para os gargalos da rodovia. A previsão é a conclusão de todos os investimentos no prazo de até 8 anos. Que obras serão realizadas neste prazo, e em que trechos?

Mauro Mendes - Esse plano de ação irá resolver todos os gargalos da BR-163, com a conclusão de todos os investimentos previstos para a duplicação da rodovia, em até oito anos. Prioritariamente vamos fazer as obras nos trechos da rodovia dos imigrantes, na Baixada Cuiabana, e do Posto Gil até Nova Mutum, assim como a travessia urbana de Sinop. São muitas obras a serem executadas, mas ainda dependemos de uma negociação com os bancos para assumir em definitivo a concessão.

Em novembro foi dado início às obras da primeira Ferrovia Estadual de Mato Grosso, que sai de Rondonópolis e vai até Lucas do Rio Verde. Em seu plano de Governo está a construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), entre o município de Água Boa e Campinorte, em GO. Qual é a importância dessas duas obras e em quanto tempo o senhor acredita que estarão prontas, escoando a produção de MT para as regiões por onde essas ferrovias irão passar?

Mauro Mendes - Apenas esclarecendo que o Plano de Governo prevê a articulação junto ao Governo Federal para construir a Fico, pois essa é uma ferrovia que transpassa dois estados, então somente o Governo Federal pode viabilizar essa obra. Ambas as ferrovias são muito importantes para Mato Grosso, pois a previsão é que poderemos dobrar a produção de alimentos nos próximos anos, e a malha rodoviária não consegue dar conta de escoar tudo isso.

A Ferrovia Estadual já teve a ordem de serviço dada e deve ser entregue completa até 2028. Fomos o primeiro estado brasileiro a conseguir viabilizar uma ferrovia estadual. Essa será a ferrovia da indústria, do comércio, do agro e dos empregos, pois vai nos conectar com a malha ferroviária nacional que vai até o Porto de Santos (SP). Vai baratear o frete, reduzir impactos ambientais, desenvolver dezenas de cidades e gerar milhares de empregos. Seremos referência em logística dentro e fora do país com essas duas ferrovias.

7 - O senhor apoiou o presidente Bolsonaro na campanha à reeleição, porém Lula foi eleito. Como o senhor acredita que será a relação de seu governo com este novo Governo Federal?

Mauro Mendes - Nós fizemos um grande esforço para a eleição do presidente Bolsonaro. No primeiro turno, ele teve 59% dos votos em Mato Grosso e, com todo o trabalho que fizemos no segundo turno, aumentamos a margem para 65%. Infelizmente, não foi o suficiente. Da minha parte, será uma relação republicana e harmoniosa. Não podemos torcer contra quem irá comandar o país, porque é o povo que será prejudicado se a gestão não for boa. Como representante dos mato-grossenses, vou sempre buscar o melhor para o meu Estado.

8 - O que o senhor acredita que este novo governo federal precise fazer como prioridade para o País?

Mauro Mendes - Nós sabemos que a recessão já é uma realidade que está trazendo reflexos nos EUA e na Europa, e no Brasil não vai ser diferente. O Governo Federal precisa acertar nas medidas econômicas e tomar as decisões corretas para diminuir o efeito da recessão. Porque a desaceleração da economia gera menos investimento, que gera menos emprego, menos consumo, menos compras. É um efeito cascata negativo e cabe ao Governo agir para minimizar os danos. Porque em uma recessão, os mais prejudicados sempre são os mais pobres.

9 - O que principalmente deverá ser feito como contribuição para Mato Grosso?

Mauro Mendes - Nosso Estado ainda demanda muita infraestrutura. Nessa gestão já fizemos recorde de asfalto novo, com 2.600 km de chão que virou asfalto, outros 1.900 de asfalto recuperado, centenas de pontes e também viabilizamos a tão sonhada Ferrovia Estadual. Mas há outras ferrovias, como a Fico e a Ferrogrão, que por abrangerem mais estados, somente o Governo Federal pode viabilizar, então nossa cobrança será por agilidade nesses importantes projetos para melhorar a nossa logística. Nós já estadualizamos a BR-174, agora MT-174, e estamos nos ajustes finais para conseguir a concessão da BR-163, ou seja, estamos tentando resolver problemas que são de responsabilidade do Governo Federal. E fazemos isso porque quem sofre com essas estradas é o povo de Mato Grosso. Porém, há outras rodovias, como a BR-158, que precisamos dos esforços do Governo Federal, e nossa cobrança será nesse sentido.

10 – Há pouco ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP). No ano passado, em Glasgow, Mato Grosso apresentou o projeto mais ousado de descarbonização do Brasil, que pretende reduzir as emissões de carbono em 80% até 2030 e neutralizar as emissões até 2035, 15 anos antes das metas adotadas na maior parte do mundo. Como está o andamento deste projeto e o que MT apresentou de concreto na Conferência do Egito?

Mauro Mendes - O nosso diferencial é que nosso plano de ação não é um mero projeto a médio prazo. São ações que estão em andamento desde o início da gestão e já tem dado resultado. E isso foi mostrado na COP 27. Mato Grosso preserva 62% do território, muito mais do que os estados subnacionais dos outros grandes países produtores, como EUA, China, Índia e Rússia. Temos reduzido as emissões de carbono e principalmente o desmatamento ilegal, mesmo com o aumento da produção. Mostramos ao mundo que é possível expandir a produção sem causar danos ao meio ambiente. O desmatamento ilegal foi reduzido em 85% nos últimos anos, e só neste ano a redução foi de 47% em relação ao ano passado. Esse trabalho foi reconhecido publicamente na COP por especialistas em mudanças climáticas, como os cientistas Nat Keohane, Daniel Nepstad e também por representantes dos países que tem feito parcerias com Mato Grosso, como o Andreas Jorgensen, da Noruega.

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