Réu na ação da Sodoma IV, o ex-secretário de Planejamento do Governo Silval Barbosa, Arnaldo Alves de Souza Neto, recebeu a autorização para continuar trabalhando no gabinete do senador Cidinho Santos (PR), em Brasília, onde reside. A decisão é dessa segunda-feira (26.10), do juiz da Sétima Vara Criminal, Jorge Luiz Tadeu Rodrigues.
Arnaldo foi admitido em 2017, e ocupa o cargo comissionado de auxiliar parlamentar júnior com salário de R$ 5,4 mil, mais um auxílio alimentação no valor de R$ 982,28. Na decisão, Rodrigues indefere o pedido da defesa para retirar a tornozeleira eletrônica. Porém, autoriza que o réu possa frequentar órgãos públicos.
“Contudo, defiro o requerimento formulado na presente audiência, para revogar o item “b” (que proíbe o réu de frequentar órgãos públicos) da referida decisão, uma vez que o acusado encontra-se trabalhando em repartição pública”, decide.
O juiz alega que não acatou o pedido de retirada da tornozeleira eletrônica devido, a gravidade dos atos praticados pelo ex-secretário e pelo risco de fuga. “Ademais, a gravidade do delito praticado, aliado ao fato de que o mesmo se encontra residindo fora do distrito da culpa, reforça a necessidade da imposição da medida questionada, uma vez que há real possibilidade de evasão, furtando-se o peticionário à aplicação da lei penal”.
Operação Sodoma IV - A Polícia Judiciária Civil, deflagrou em setembro de 2016 a 4ª fase da Operação Sodoma, que investiga crimes de corrupção praticados por uma organização criminosa no Estado de Mato Grosso, liderada pelo ex-governador Silval Barbosa.
O foco da operação é o desvio de dinheiro público realizado por meio de uma das três desapropriações milionárias pagas pelo governo Silval Barbosa durante o ano de 2014.
Ficou comprovado na investigação que, além de Silval Barbosa, participaram da fraude Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretario de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretario de planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso, Filinto Muller, e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.
De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, metade, ou seja, R$ 15.857.000,00 milhões retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller em prol do grupo criminoso.
De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado no montante de R$ 10 milhões pertencia a Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso Pedro Nadaf, Marcel De Cursi, Arnaldo Alves de Souza Neto, Afonso Dalberto e Chico Lima.
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