O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antônio Joaquim, afirmou na manhã desta segunda-feira (09.05) que foi vítima de uma “monstruosa injustiça” supostamente orquestrada pelo ex-governador Pedro Taques (Solidariedade) e do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no inquérito da que o investigava por uma possível participação em um esquema de lavagem de dinheiro.
De acordo com Joaquim, o Ministério Público Federal (MPF) pediu arquivamento do citado inquérito em que o investigava juntamente com o ex-governador Silval Barbosa por suposta lavagem de dinheiro desviado do Governo do Estado, através da compra de uma fazenda no município de Nossa Senhora do Livramento (a 42 km de Cuiabá). A empresa Trimec Construções e Terraplanagem Ltda teria comprado uma fazenda de Antônio Joaquim, mas, de acordo com as investigações, o comprador era Silval. Além disso, a compra foi no valor de R$ 6 milhões, mas o pagamento foi de R$ 9,5 milhões, sendo que a diferença teria sido omitida para evitar pagamento de impostos.
“Apesar do erro irresponsável e criminoso do Janot por me indiciar, sem motivo, sem nenhum fato que pudesse ensejar meu afastamento. Poderia ter aberto um inquérito, mas não me afastar. Sem indício nenhum. Estava atendendo um desejo do colega Pedro Taques. Isso mudou minha vida. Me impediram de ser candidato. Me transformaram em um bandido. Eu fui julgado e condenado centenas de vezes por colegas dos senhores jornalistas”, declarou o conselheiro.
Segundo ele, apesar do processo estar em sigilo, se viu obrigado a divulgar o pedido de arquivamento das investigações como uma forma de “reparar sua reputação”. Ele voltou a negar qualquer irregularidade na aquisição da fazenda em Nossa Senhora do Livramento, e que sempre manteve negócios na área rural sem nunca precisar do dinheiro público, seja como deputado federal ou de conselheiro, para adquirir patrimônio ou autossustentar.
“Foram anos de muita dor. Mudou minha vida completamente. Quando você deve nada tem hora que se você não tiver uma família adequada. Uma esposa, filhos, netos ajudando, o cara morre. Ele dá um tiro no ouvido ou dá um infarto. É muito doido. A injustiça é algo que dói de forma intensa. Aí quando você sabe que está sendo injustiçado por uma autoridade. Um abuso de autoridade, extrapolado”, disparou Joaquim.
Ele disse ainda que Janot é uma “pessoa doente”, citando caso em que o ex-procurador levou uma arma de fogo no Supremo Tribunal Federal (STF) para atirar contra o ministro Gilmar Mendes. Sobre Pedro Taques, Antônio afirmou que o ex-governador tem uma “alma maldosa” e que as derrotas recentes nas eleições foram em decorrência da “maldade que ele plantou”.
Sobre o pedido de arquivamento por parte do MPF, caberá ao juiz federal Jeferson Schneider da Vara Federal de Cuiabá, decidir se acata ou não.
Lembrando que Antônio Joaquim foi afastado do TCE em 2017, junto com outros quatro conselheiros, por suposto envolvimento em esquema de corrupção, denunciado por meio da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa, que acabou desencadeando a Operação Malebolge.
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