O senador da República e presidente do Conselho de Ética do Senado, Jayme Campos (DEM), em entrevista ao VGN opinou sobre a CPI da Pandemia e sobre os depoimentos do ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, marcado para esta terça-feira (04.05) e do ex-ministro Eduardo Pazuello e atual ministro Marcelo Queiroga, na quarta (05).
“Essa CPI ela tem com certeza a finalidade de apurar as questões de óbito que houve no Brasil, naturalmente houve uma falha que ninguém pode desconhecer, negacionista por parte do Governo Federal. A CPI da Pandemia vai apurar a falta de oxigênio e a falta de insumos na rede hospitalar, um exímio por parte de prefeitos, governadores e do próprio Ministério”, afirmou o senador.
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Jayme Campos também revelou ao VGN que foi convidado para compor a Comissão, no entanto, não aceitou por temer que a investigação perca objeto e se torne objeto político.
“A CPI não pode ser transformada num palanque eleitoral para eleição 2022, eu particularmente fui convidado para ser membro da CPI, eu não aceitei, porque a minha preocupação era pender para esse caminho. Eu espero que ela possa trazer uma transparência melhor e acima de tudo, efetivamente um combate a pandemia de forma mais incisiva e sobretudo para evitarmos mortes”, declarou Campos.
Sobre o depoimento do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, na qual a oposição aponta que será fundamental para explicar porque o Governo Federal não assinou os contratos para compra de vacinas em 2020, Jayme acredita que a situação já foi esclarecida. Segundo ele, faltou ao Governo Federal dar credibilidade a pandemia.
“Isso já tinha sido esclarecido lá atrás em 2020, já tinha sido composto uma venda, lamentavelmente o Governo federal não fechou contrato de 70 milhões de doses, que já estava sendo oferecido para o Governo brasileiro, ele dá a entender que talvez tenha achado que seria simplesmente uma gripezinha que poderia ter no Brasil. Todos nós, a ciência já alertava que a pandemia iria se alastrar pelo planeta, deu no que deu. Hoje há um atraso nas vacinas no Brasil, aqui naturalmente. No mínimo o Brasil teria que ter vacina de 11, 5 milhões de vacinas, o país não estava preparado para fazer esse enfrentamento, lamentavelmente”, avaliou Jayme.
Questionado se acredita que houve negligência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Jayme apontou falha na gestão federal coordenada pelo Ministério da Saúde, bem como, responsabilizar os gestores estaduais e municipais.
“Eu não posso falar que é dele, porque ele não é o ministro da saúde, acho que é de um todo, que passou a virar um cabo de guerra, Governo Federal, Governo estadual, município. Decisões e mais decisões, um mandava abrir comércio, outro mandava fechar, outro mandava colocar máscara, outro falava que não, outro dizia que tem que entrar em lockdown, aí outro defendia a tese da constituição, dizendo sobre o direito de ir e vir do cidadão. Então houve uma falha gritante na coordenação dessa política”, destacou o democrata.
Entretanto, o senador reconheceu que em relação aos repasses dos recursos federais aos Estados e municípios, também objeto da CPI, o Governo Federal cumpriu rigorosamente.
“Eu acho que não, recursos tiveram. Eu acho que o repasse foi no momento certo, todos os Estados e municípios receberam, eu acho que recurso não faltou uma bela coordenação”, finalizou Jayme Campos.
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