Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Traçado da rodovia citado por Bolsonaro corta interior da reserva indígena Marãiwatsédé, localizada na região de Barra do Garças
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que irá destravar o projeto de pavimentação asfáltica de cerca de 80 km da rodovia BR-158, que corta o interior da reserva indígena Marãiwatsédé, localizada na região de Barra do Garças (a 503 km de Cuiabá).
A Justiça Federal determinou o fechamento do traçado da rodovia em março deste ano a pedido do Ministério Público Federal (MPF), por meio do procurador da República Everton Pereira Aguiar Araujo, que ajuizou Ação Civil Pública contra a União, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
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Na ação do MPF argumenta que o traçado da BR-158, que intercepta de norte a sul a TI Marãiwatsédé, afeta diretamente aspectos culturais e existenciais dos povos Xavantes ali residentes. Além disso, o trânsito interno de veículos pesados, além de ocasionar a morte de espécies da fauna nativa, traz risco de acidentes para a população indígena.
Em entrevista à rádio Capital FM concedida nessa terça-feira (17.08), Bolsonaro garantiu que está trabalhando para destravar essa questão que irá ajudar muito na questão do transporte.
“A reserva não pode ser asfaltada por decisão judicial. Nós estamos trabalhando para desbordar esse 50 km, que vai dar mais ou menos 130 km, mais 80 km de percurso, que ida e volta são 160 km. Isso vai ajudar muito na questão da escoação do produto agrícola de Mato Grosso”, declarou o presidente.
Ainda segundo ele, a questão da demarcação de terras indígenas é um dos pontos que mais sofreram alterações no seu Governo, com objetivo de reduzir as perdas dos produtores rurais e possíveis prejuízos.
“Hoje o homem do campo não acorda mais preocupado se foi publicado um decreto com demarcação de terra indígena que pode lhe prejudicar. Acabamos com isso. Essa questão da demarcação quase não é concedida em nosso Governo. Isso ajuda muito o homem do campo, a agricultura e Estados como Mato Grosso que tem como base da economia a produção agrícola”, encerrou.
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