O deputado estadual, Valdir Barranco (PT), em entrevista à imprensa nessa segunda-feira (13.03), afirmou que a intervenção na Saúde de Cuiabá tem "as digitais com as falanges" do governador Mauro Mendes (União) inseridas em todo o processo e, inclusive, quando o Estado assumiu a pasta no mês de dezembro.
Conforme o parlamentar, a intervenção feita pelo Governo no ano passado, ao invés de fazer gestão da saúde, fez uma gestão policialesca como se o interventor fosse um delegado de polícia, e tivesse ido até a pasta para colher informações e depoimentos.
Barranco declarou esperar, que desta vez, já que o Tribunal de Justiça (TJMT) tomou essa decisão por maioria da intervenção, que seja feita uma gestão na Secretaria Municipal de Cuiabá, pois se a saúde está com problemas, faltando dinheiro, o Estado está com o caixa abarrotado - "muita grana".
O deputado enfatizou que o Estado fez uma espécie de segregação com a Prefeitura de Cuiabá, por ser adversário e não deixar recursos estaduais. "Então, agora nessa gestão da intervenção, que o gestor que for nomeado, chegue lá, tenha a capacidade de fazer a gestão dos problemas que temos e leve dinheiro do caixa, pois temos muito dinheiro aqui. Então é possível que o Governo do Estado, se quiser, em 30, 40 dias, possa fazer um investimento para mudar a cara dessa gestão que ele [Mauro] acha que é tão deficitária, é isso que nós queremos".
Questionado se acredita que a intervenção é viável e se precisava neste momento, Barranco, disse que não é a favor, e que intervenção não é o caminho e ainda indagou o porquê tem o Ministério Público (MP) então? Segundo o petista, Mauro não foi eleito para administrar a saúde de Cuiabá, quem foi eleito prefeito foi Emanuel Pinheiro (MDB).
O deputado alfinetou a gestão Mauro Mendes e citou como exemplo, se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resolver fazer intervenção em Mato Grosso, já que a saúde do Estado está caótica com os hospitais regionais com problemas, sem Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e ainda tem pacientes há quatro anos esperando para fazer uma cirurgia ortopédica no Estado.
"Então imagina se o presidente Lula agora que teve o Mauro Mendes como bolsonarista, que inclusive deu um curso para ensinar pastores evangélicos a editar vídeo para produzir fake news contra o presidente e o Lula fala: não, agora eu sou presidente, tô eleito, eu vou perseguir o Mauro Mendes, eu vou fazer uma intervenção lá no Estado! Não pode, nós não aceitamos o Lula fazer isso, assim como nós não aceitamos o governador fazer isso".
O petista reforçou que a intervenção não é o caminho. "O presidente Lula foi eleito para governar o país, o Mauro Mendes foi eleito para governar Mato Grosso e o prefeito Emanuel foi eleito para governar Cuiabá. Então, as urnas elas não deram a ele [Mauro] essa autonomia para que ele possa fazer a gestão de Cuiabá".
Ainda para o deputado, existe outro fator para essa perseguição, que seria a derrota do Mendes em 2020 para Emanuel, com seu candidato Abílio Júnior (PL). Segundo Barranco, a partir dessa derrota, Mauro usou o aparato do Estado para perseguir Emanuel Pinheiro.
"Houve o afastamento do Emanuel da Prefeitura, mas acabou não prosperando. Então parece-me que agora eles [Governo] tentam ir fazendo os afastamentos por pasta - 'Vamos tirar essa pasta, vamos fragilizar nessa pasta'. É algo assim que, infelizmente, não deveria acontecer", finalizou Valdir Barranco.
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