O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, em entrevista a imprensa nesta sexta (31.03), afirmou que “bactéria em hospital é rotina”. “Por isso em todos os hospitais existe uma comissão interna de controle de infecção hospitalar e essa bactéria que ocorreu na Santa Casa é uma bactéria de alta resistência que afeta os hospitais no mundo, quem puder ler sobre isso vai entender isso. Eu não tenho motivo para esconder. E me diga em qual hospital do planeta não existe infecção por alguma bactéria?”, indagou.
A fala do secretário, é referente a morte de cinco crianças ocorridas no Hospital Estadual Santa Casa, de Cuiabá, devido à infecção por uma bactéria multirresistente, chamada Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC). A Secretaria de Saúde de Mato Grosso afirma que as crianças já estavam infectadas pela bactéria quando foram internados no hospital estadual entre os dias 16 e 21 de fevereiro. Leia mais: Risco de surto de "superbactéria" e morte de cinco bebês na Santa Casa causam pânico aos pais
Para investigar suposta omissão do Estado em relação às mortes das crianças, alguns deputados ensaiam instaurar uma CPI na Assembleia Legislativa.
Contudo, segundo Gilberto, ele fez tudo que a legislação lhe permitia fazer e afirma não temer se de fato tiver CPI na ALMT, mas, destacou que pretensos candidatos a cargos eletivos em 2024, usam mortes de crianças para se promoverem. Segundo ele, a campanha já começou.
“Tem muita gente já usando para fazer palanque de campanha antecipada. Eu não sou candidato, então não sei por que ficam me mirando. Já disse que eu não sou candidato, não sou pré-candidato, não estou disputando pleito no ano que vem. Quanto a querer apurar, por exemplo, possíveis mortes, se achar que a CPI é o caminho, o que posso fazer? Fiz tudo que a legislação determina para fazer, comuniquei o Conselho Regional de Medicina, abri as Comissões Internas. Agora, eu não sou médico, se tiver que apurar, podem apurar. Vamos seguir os trâmites”, declarou.
Gilberto disse que também gostaria de saber exatamente se houve alguma falha. “No meu entendimento, nós estamos passivos disso todos os dias. Nesse momento estamos recebendo pessoas, crianças que vêm contaminadas com bactéria de outros hospitais. Como que seria fácil para mim? Se eu agora na imprensa falasse assim, olha, estou recebendo criança infectada pela bactéria X, do hospital X. Isso, eu não sou irresponsável”, destacou.
Ao finalizar, ele pontuou que: “que aqueles que avaliam a performance da Santa Casa da Casa, não olhem apenas para esse episódio (crianças mortas), olhem para as vidas que estão sendo salvas desde o dia que nós reabrimos esse hospital que estava fechado”.
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