O juiz Jamilson Haddad manteve a prisão de Hernandes Lima de Siqueira, 25 anos, acusado de envolvimento na morte do sogro, o investigador aposentado Derli José Alves, 56 anos. O jovem foi preso nessa quinta-feira (23.02), após se apresentar na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Derli foi morto a tiros.
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O pedido para converter a prisão em flagrante para preventiva partiu do delegado Caio Fernando Alvares de Albuquerque, pois, segundo ele, existem indícios suficientes para manter o suspeito preso, uma vez que ele impossibilitou a defesa da vítima, Derli José, assim como imagens flagraram Hernandes e seu comparsa Lucas seguindo para o sítio da vítima e depois, o genro retornando com a caminhonete do sogro.
"O caso revela mais um brutal latrocínio, situação em que, em continuidade ao desiderato em se apropriar de valores e bens da vítima, o representante Hernandes, pouco se importando com o fato de ser seu sogro, parte ao encalço e, sem titubear, em unidade de propósito com Lucas ceifa-lhe a vida, para que, assim, se apoderasse do bem de grande valia que aquela tinha ao lado, no caso, sua caminhonete Hilux, notoriamente de alto valor de mercado", diz trecho.
De acordo com o depoimento do investigador que atendeu a ocorrência, assim que informados dos fatos – desaparecimento do investigador policial e tentativa de homicídio contra a esposa do aposentado, no dia 21 de fevereiro, e também após o depoimento da filha da vítima, os policiais concluíram que o suspeito seria o genro do policial, e em diligência, na quarta (22), Hernandes quase foi capturado no bairro Parque Atalaia. Na ocasião, o suspeito tentou atirar contra os policiais e ainda conseguiu fugir em uma motocicleta Honda Bros. Hernandes chegou a ser atingido por um disparo de arma de fogo nas nádegas.
Em continuidade nas diligências, nessa quinta (23), os policiais tiveram acesso as câmeras de segurança da estrada que dá acesso ao sítio da vítima e foi possível constatar a dinâmica.
“Derli José passa pela estrada às 15h15 do dia 21 de fevereiro, com galões na carroceria da caminhonete Toyota Hilux, sem a capota marítima. Já às 15h27, o veículo Jetta [de propriedade da filha e genro do policial] passa e às 15h41, o Jetta retorna do sítio com um motorista de camiseta azul e branca. Na sequência, às 15h41, a esposa do policial aposentado passa em uma motocicleta. Já às 16h18, a caminhonete deixa o sítio, já com a capota parcialmente estendida, e sendo conduzida por um homem de camiseta vermelha”.
Ainda nessa quinta (23), os policiais foram informados que Hernandes iria se apresentar, na presença de seu advogado. Hernandes chegou à delegacia com uma mochila, na qual estavam as armas utilizadas nas vítimas, tratando-se de um revólver calibre 38, com duas munições intactas e uma pistola pequena, modelo 635, com duas munições intactas.
Durante o depoimento, na presença do advogado, Hernandes contou que chegou no sítio na companhia do amigo Lucas F.F.A., e que teria ido lá para brigar com Derli por problemas anteriores e que levou a pistola [arma que pertencia ao policial aposentado e o suspeito se apossou após o sogro perder em um acidente e ele - Hernandes - retornar ao local e localizar a arma].
O suspeito disse que iniciou uma discussão com o sogro, momento que o policial aposentado sacou uma arma e seu amigo Lucas efetuou disparos contra Derli com a pistola 635. Após o crime, Lucas teria deixado o local no veículo Jetta e Hernandes permaneceu no sítio, momento que a esposa da vítima chegou e o genro atirou na testa da mulher, e em seguida colocou o corpo do sogro na carroceria da caminhonete e também deixo o local.
Ainda no depoimento, Hernandes chegou a contar que após desovar o corpo do sogro, Lucas abandonou a caminhonete no bairro Osmar Cabral. Em diligências, os policiais não encontraram o veículo, e populares disseram que a caminhonete realmente ficou no local indicado pelo suspeito por cerca de 40 minutos, mas depois uma pessoa saiu com o carro.
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