Em entrevista coletiva na manhã dessa terça-feira (28.08), o delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Gianmarco Paccola Capoani, da Polícia Judiciária Cívil, falou da fuga em massa de 35 presos, ocorrida na Penitenciária Central do Estado (PCE), no bairro Pascoal Ramos, que aconteceu no último 20 de agosto deste ano, e da prisão do bandido de alta periculosidade envolvido na nova modalidade de roubo “novo cangaço”, Jorge Marcelo de Souza Nasário, mais conhecido como “Jorjão” e “Nasa”.
O delegado explicou que no último sábado (25), a equipe do PCCO auxiliado pelo Grupo de Operações Especiais (GOE), dando procedimento nas investigações da fuga na PCE, chegaram até “Nasa”, que era procurado pelas participações em roubos a caixa eletrônico nos municípios de Primavera do Leste, Alta Floresta e Nova Maringá.
As equipes táticas fizeram a prisão de “Nasa”, na divisa dos bairros CPA 3 e CPA 4. De acordo com o Delegado, “Nasa” chegou na delegacia oferecendo resistência e ainda ameaçou um jornalista. Com ele (Nasa) foi encontrado uma “gandola” - peça de roupa de uso exclusivo do Exército Brasileiro.
Recaptura dos fugitivos da PCE - De acordo com Gianmarco, a investigação para recaptura dos 35 presos, sendo quatro envolvidos na modalidade de roubo “novo cangaço”, é uma parceria entre as Polícias Judiciária Civil e Militar, que estão trabalhando em conjunto para prender todos os envolvidos diretos e indiretos que participaram desse crime.
O delegado disse que já prendeu seis detentos que não estavam presos na penitenciaria, atuando indiretamente do planejamento deste crime. “Além dessas pessoas, nós já identificamos quatro presos, que cumpriam pena na Penitenciária Central, que estão envolvidos no planejamento dos crimes. E também surgiram mais seis, totalizando 18 indivíduos, sendo que quatro já estavam presos, e esses restantes já estão indiciados no inquérito policial”, falou.
Pela análise do Delegado, ao acontecer à explosão no muro da penitenciária os presos já estavam fora das celas. Ao ser indagado sobre o circuito interno de TV do presídio, Gianmarco disse que por conta de haver um número baixo de câmeras, só conseguiu ver o aglomerado dos presos correndo.
“Até o momento concluímos que foram usados para dar apoio aos fugitivos seis veículos e duas motocicletas. Já encontramos os lugares onde os bandidos se reuniram com os explosivos, mas não podemos divulgar ainda. Essas quatro armas e munições apreendidas estavam em poder dos bandidos, durante o trabalho de recaptura. Os armamentos foram presos na região da Chapada”, explicou.
Facilitação da Fuga - Sobre a hipótese de ter ocorrido uma facilitação na fuga dos presos, o delegado não nega, mas diz que dentro de uma semana vai começar a ouvir os servidores do presídio para poder chegar ao final do inquérito. “A investigação vai ser completada, quando terminarmos de investigar os presos, as pessoas que estavam fora, envolvidas no planejamento e na execução do plano e os servidores. Sejam quem for nós vamos investigar”, afirmou.
Sobre a questão de uma denuncia anônima avisando que os presos iriam fugir, o delegado explica que o trânsito de informação é muito grande, por conta das visitas que os detentos recebem.
Gianmarco ainda finaliza que existem várias denúncias todos os dias, mas o serviço de inteligência checa sempre, evitando várias fugas, mas pelo o andar do inquérito o plano de fuga foi realizado de última hora, por isso não tiveram como evitar.
Segundo o delegado, o inquérito da fuga em massa dos bandidos da PCE está previsto para ser concluído dentro de 30 dias.
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