Um agiota, identificado pelas iniciais J.G.B.S, 36 anos, foi preso, nessa segunda-feira (07.08), pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá, sob acusação de extorsão e agiotagem contra uma empregada doméstica. O suspeito foi localizado na Rodovia Helder Cândia enquanto dirigia uma caminhonete.
A prisão preventiva havia sido decretada pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Capital, após uma representação da Derf, no decorrer das investigações sobre as acusações de extorsão e ameaças dirigidas à vítima.
Em maio deste ano, a mulher procurou a delegacia especializada e relatou ter obtido um empréstimo de R$ 2,5 mil do agiota em dezembro de 2021. Ela começou a fazer pagamentos, mas o suspeito não definia um valor fixo para as parcelas, que variaram entre R$ 700 e R$ 1 mil. Além disso, ela não recebeu os comprovantes de pagamento prometidos.
Após seis meses, o investigado procurou a mulher, informando que sua dívida havia alcançado R$ 7 mil. A vítima ficou chocada com o valor, pois já havia quitado várias parcelas que ultrapassavam o montante inicial do empréstimo.
O agiota afirmou que não havia acordado um parcelamento e que os valores pagos eram apenas juros. Ele continuou cobrando, e em dez dias, a dívida saltou de R$ 7 mil para R$ 8 mil. Pressionada, a vítima pediu um acordo para dividir a dívida, que já estava em R$ 10 mil. O agiota ameaçou dobrar a dívida para 24 parcelas de R$ 1,2 mil, ao que ela concordou devido ao medo e à pressão que sofria.
O parcelamento foi iniciado em abril do ano anterior e, até maio deste ano, ela pagou um total de R$ 14 mil. Nesse ponto, ela decidiu procurar a Polícia Civil para denunciar a extorsão e as ameaças que vinha sofrendo, inclusive dirigidas a seus familiares. O suspeito intensificou as ameaças e ofensas, alegando que ela havia pago apenas R$ 4.800 dos R$ 28 mil da nota promissória assinada por ela.
Em mensagens subsequentes, o investigado continuou com ameaças e tom agressivo, alegando que ela havia assinado documentos referentes a uma dívida de R$ 28 mil e que eles estavam abatendo o valor que ela pagava. Ele ameaçou novamente, indicando que se ela não efetuasse um pagamento de R$ 1.200, a dívida cairia de R$ 23.200 para R$ 22 mil. Agressões verbais também foram proferidas, com ele alegando que "Dinheiro é sangue, nois vai na p… buscar".
Após a instauração do inquérito e a coleta de evidências que sustentaram a acusação de extorsão, a Derf solicitou a prisão preventiva do suspeito. A equipe de investigação acredita que possa haver mais vítimas envolvidas nas práticas do agiota. (Com PJCMT).
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).