Sem saber que sua mãe Ana Claudia Flor, é, conforme denúncia do Ministério Público do Estado, a responsável pelo homicídio do seu pai, a filha de Toni Flor desejou pena de morte para os assassinos. A informação consta das interceptações telefônicas feitas durante investigação do crime.
Conforme o Ministério Público divulgou em seu parecer contrário a revogação da prisão preventiva de Ana Flor, em uma das chamadas, realizada em 11 de agosto deste ano, ela liga para a irmã da vítima, e diz que uma de suas filhas “ficou com tanta raiva, que desejou a morte dos assassinos do pai”.
“Ela ficou com tanta raiva, deu até dó de ver a bichinha, ela falou que queria que tivesse pena de morte, eu até falei besteira pra ela, a mãe vai mandar matar esse cara, ela respondeu isso mãe manda mesmo...” diz trecho da interceptação, a qual o MPE alega que Ana Claudia tenta convencer a cunhada de que eliminar Igor Espinosa seria a melhor solução. Para o MPE, ela desejava era se livrar de ser delatada, já que Igor Espinosa ainda será ouvido na ação penal, e não se vingar como falou no telefonema. Leia mais: MPE é contra prisão domiciliar de Ana Flor: “Ela é a responsável pelo intenso sofrimento das três filhas”
A seguir, em outra chamada realizada em 11 de agosto, Ana Claudia liga para a sogra, mãe da vítima e diz que se Igor fosse solto ela iria ser presa, pois, iria matar ele.
E após longa conversa tentando convencer a sogra da sua sede de vingança, Ana Claudia dispara que sua filha de 10 anos está com o coração magoado pela morte do pai.
Já para a cunhada, ela conta que soube de dentro da Delegacia, porque pagou para uma pessoa, que disse Igor não abriu a boca e diz acreditar que ele sairá de lá pela porta da frente. E mais uma vez, afirma que vai matá-lo em nome de suas filhas.
A cunhada pergunta se ela vai se sujar por causa de um mau elemento e ela afirma que sim, e jura em nome das três filhas que pagou para ter acesso as informações das investigações.
“Ai fala que prende, daqui uns dias o cara aparece morto e ai, nada pra ninguém, por que de dentro da Delegacia, eu juro em nome das minhas três filhas eu paguei hoje R$ 4.5000,00 e as informações que tive foi que esse rapaz, não abriu a boca para dizer que era ele, não consta em processo, em autores, o que está na mídia, não em processo, não serve de nada”.
Ela ainda responde para cunhada quando é indagada se a Polícia estava querendo encerrar o caso, que não irá deixar. “Eu não vou deixar, vou ser a satanás na vida desse delegado, não vou, impossível, não ter achado nada no celular dele, o Glauber me disse na minha cara, falou me chamou para tomar uma cerveja, eles estão investigando até você, parabéns, é o serviço deles, eles não iria deixar, mesmo quem fosse, nem se tivesse outra mulher, eles não iriam deixar, qualquer coisa, eles não iriam deixar, seja o que for, não vai voltar mais”.
Ana Claudia diz ainda que o “povo da polícia não presta”. “Esse povo da polícia não presta, já sei, porque se prestasse não receberia meu dinheiro para dar informação, não é de hoje que recebe, faz tempo que pago, eu não tô presa porque eu paguei, porque na época que o Dedê (Toni) foi alvejado, nós fomos lá no Santa Marta com todo mundo, nós batemos numa galerinha lá, só não fui presa porque pagamos”.
Para o MPE, os diálogos revelam a intenção de Ana Claudia em intervir nas investigações. “A acusada chegou a afirmar que teria pago determinada importância para obter informações sobre o andamento das investigações (fato este que ainda será devidamente investigado), o que revela a inclinação da ré em fazer qualquer coisa para atrapalhar o regular andamento da instrução criminal”.
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