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VGNJUR Segunda-feira, 26 de Abril de 2021, 15:06 - A | A

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Decisão tardia

Na esperança de se manter viva, vendedora que morreu após “lipo” pediu UTI à Justiça

Ela morreu antes do cumprimento da decisão favorável, que apesar de ter sido proferida no mesmo dia do pedido, não deu tempo de atender seu apelo pela vida.

Rojane Marta/VG Notícias

Reprodução

VG Notícias; VGN; morte; jovem; Keitiane Eliza; procedimento estético; Cuiabá

Keite. como era carinhosamente chamada pelos amigos e familiares, morreu em 14 de abril deste ano

 

“Enquanto houver esperança de melhoras lutaremos a favor da vida”, cita trecho do pedido protocolado em plantão na Vara de Saúde Pública da Comarca de Várzea Grande, para conseguir uma Unidade de Terapia Intensiva para a vendedora Keitiane Eliza da Silva, 27 anos, que morreu antes mesmo que se pudesse cumprir a decisão favorável, que apesar de ter sido proferida no mesmo dia do pedido, não deu tempo de atender seu apelo pela vida.

“Keite”, como era carinhosamente chamada pelos amigos e familiares, morreu em 14 de abril deste ano, após complicações de uma cirurgia de lipoaspiração com abdominoplastia e mamoplastia, realizada no hospital Valore Day, em Cuiabá, um dia anterior – na terça (13.04). Contudo, a cirurgia evoluiu com sangramento, sendo necessária a intubação, momento em que ela foi transferida para o Hospital Santa Rosa. Confira o posicionamento da Valore Day no final da matéria.

“A mesma é pessoa simples e atualmente com 27 anos de idade, sem comorbidades, realizou cirurgia, sem intercorrências. Ocorre que após o médico responsável visualizou um altíssimo sangramento, que a levara a intubação, sendo necessária a Excelência, a autora não possui meios suficientes para atender as necessidades do tratamento, a paciente necessita urgentemente de um leito de UTI, mesmo tendo sido regulada sob o código nº 346853072. A autora está em coma induzido”, explicou a defesa da vendedora no pedido.

Dada a urgência da UTI para manter-se VIVA, só lhe resta se socorrer via judicial

Ainda, no pedido, a defesa cita que “trata-se de diagnostico que inspira extremo cuidado” e explicou que “Keite” encontrava-se intubada sem qualquer condição de reação, necessitando de cuidados dos profissionais capacitados e leito de UTI. “Enquanto houver esperança de melhoras lutaremos a favor da vida, a autora reconhece que mesmo correndo sério risco de vida, o direito aqui pleiteado é de extrema importância e necessidade como consta em laudo médico e prescrição nutricional. Por fim sem contar com solução administrativa para o seu problema, e dada a urgência da UTI para manter-se VIVA, só lhe resta se socorrer via judicial para ver valer seu direito fundamental subjetivo de assistência integral a sua saúde, e mais que isso, haja vista a extrema necessidade do alimento, e assim faz valer SEU DIREITO A VIDA” argumentou.

Ao final a defesa suplicou: “Entende a autora que a análise da medida antecipatória poderá ser apreciada com base no estado crítico de sua saúde e que um leito de UTI é o que a mantem viva!!! A Requerente necessita receber o auxílio do Estado vez que em estado de coma, necessita de cuidados essenciais dos profissionais de UTI, bem como não possuindo meios para manter-se, pleiteia em ação ajuda do Estado, tendo em vista que não reúne condições de executar atividades laborativas e, consequentemente, não pode patrocinar a própria subsistência”.

O pedido da defesa foi deferido pela juíza plantonista Silvia Renata Anffe Souza. Em sua decisão, a magistrada destacou que “de acordo com os documentos clínicos acostados nos autos, de fato a parte Autora comprovou que necessita de transferência para Unidade de Terapia Intensiva – UTI, com urgência, conforme laudo técnico e justificativa de internação”.

“Deste modo, comprovada a necessidade e urgência para que seja realizada a internação em UTI. Estando presentes, portanto, os requisitos para a tutela de urgência. Ante o exposto, defiro em parte a tutela de urgência antecipada determinando que os Requeridos realizem imediatamente a transferência da parte Autora para Unidade de Terapia Intensiva – UTI (conforme indicação médica anexa), em hospital da rede pública de saúde ou mesmo em Hospital/Clínica/Instituição Particular, caso não haja disponibilidade imediata nas instituições públicas, até mesmo outras Unidades da Federação, garantindo-se assim que a assistida tenha adequado atendimento” diz decisão, a qual não deu tempo de ser cumprida.

Outro lado - Ao VGN, a assessoria do Valore Day informou que Keitiane Eliza da Silva foi assistida com uma UTI, mesmo antes da decisão favorável da Justiça, e que o pedido liminar foi ingressado pois era necessário várias frentes, tendo em vista que todas as unidades intensivas estavam lotadas no Estado, na ocasião.

Nota Valore Day

A administração do Valore Day Hospital lamenta profundamente o ocorrido, nesta terça-feira dia 14, com a paciente Keitiane Eliza da Silva. E esclarece que:

- o Valore Day Hospital prestou todo o suporte à paciente, com acompanhamento da equipe médica e de enfermagem, e de acordo com todas as normas e protocolos, antes, durante e depois da cirurgia.

- após a intercorrência, a paciente foi prontamente atendida e, após estabilização, foi transferida à UTI do Hospital Santa Rosa para dar continuidade aos cuidados intensivos.
O Valore Day Hospital presta todo apoio à família da paciente e se coloca à disposição para eventuais esclarecimentos.

O Valore Day Hospital funciona 24h por dia, com médicos e equipe capacitada durante todo período de permanência do paciente, oferecendo atendimento com tecnologia de ponta e de acordo com as normativas de todos os órgãos competentes, entre eles Vigilância Sanitária, CRF, CRM, CRT.

Em pouco mais de 2 (dois) anos de funcionamento, foram realizadas quase 4 mil cirurgias de diversas especialidades, entre elas Oncologia, Ortopedia, Bucomaxilo, Cirurgia plástica e reparadora, Mastologia, Urologia e Vascular, sem nenhuma intercorrência grave.

Por fim, a equipe do Valore Day Hospital reitera seu profundo sentimento de pesar e manifesta sua solidariedade à família e aos amigos da paciente.

Leia mais: Laudo da necropsia é prioridade para esclarecer morte de jovem em Cuiabá, diz delegada

 

 
 
 
 

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