O lateral Daniel Alves continua preso preventivamente em Barcelona acusado de estupro. E nesta quinta-feira, a emissora espanhola Telecinco teve acesso exclusivo a áudios da suposta vítima - uma jovem de 23 anos - com policiais logo após o incidente numa boate em dezembro do ano passado.
ATENÇÃO: algumas declarações abaixo podem ser fortes e gerar gatilhos.
Quando policiais chegaram à boate, a câmera de um dos agentes foi acidentalmente acionada e gravou todo o depoimento da vítima poucos minutos depois dela ter sido supostamente violentada. Ela explicou aos agentes que eles poderiam não acreditar nela porque as gravações das câmeras da boate a mostravam indo voluntariamente ao banheiro.
- Entrei voluntariamente no banheiro e, depois de alguns beijos, disse a ele que queria sair e ele falou que não. E fechou o trinco (da porta). Ele começou a me dizer coisas desagradáveis, como “você é minha putinha” e começou a me bater. Ele jogou minha bolsa no chão e me bateu – disse a jovem, em lágrimas.
No entanto, vendo que a menina não pode conseguia mais falar, uma amiga intervém e confirma ao policial: "Houve penetração".
Com o relato da vítima e a confirmação da amiga, o policial decide chamar uma ambulância e fala para menina denunciar o ocorrido. Nesse momento, a jovem, chorando, diz:
- Ninguém vai acreditar em mim porque vão ver nas câmeras que entrei voluntariamente no banheiro.
Depois disso, a bateria da câmera de segurança acaba e a gravação da imagem é cortada. No entanto, segundo jornais catalães como La Vanguardia e El Publico, que acompanham o caso de perto, essa gravação é documento audiovisual importantíssimo e essencial na investigação do caso Daniel Alves.
Ainda não há uma data para o julgamento de Daniel Alves. Ele vai continuar em prisão preventiva enquanto a investigação decorre. Investigação que ganhou um fato novo na última semana: Inicialmente, o juiz de instrução concordou que a avaliação psicológica da vítima fosse realizada apenas pelos peritos do tribunal, mas o recurso da defesa foi aceito pelo Tribunal de Barcelona e a parte do jogador vai estar representada no interrogatório da jovem.
Vítima tem “raiva, tristeza e nojo”
De acordo com o jornal espanhol La Vanguardia, a vítima continua afastada do trabalho e frequenta duas vezes por mês uma associação especializada no atendimento a pessoas que sofreram violência sexual.
Na última visita ao médico legista, na qual compareceu ao lado da mãe, a jovem de 23 anos teria dito sentir “raiva, tristeza e nojo” ao lembrar de todo o ocorrido a interlocutores ouvidos pela publicação.
Ela também não escondeu, segundo a o La Vanguardia, a angústia por ver sua versão do ocorrido questionada e o medo de sair de casa, alegando acreditar que um detetive será contratado por Daniel Alves ou sua equipe jurídica para segui-la.
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