A produção de petróleo no pré-sal deve superar a marca de 1 milhão de barris por dia nos poços operados pela Petrobras em 2017, de acordo com estimativa da estatal divulgada nesta terça-feira (19) durante apresentação do Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 para investidores e analistas.
No dia 20 de fevereiro deste ano, a produção atingiu 300 mil barris de petróleo por dia, sendo a parcela da Petrobras equivalente a 249 mil barris de petróleo por dia. Esta marca foi atingida com 17 poços produtores, sendo 6 deles na Bacia de Santos e 11 na Bacia de Campos.
“Considero descabida qualquer fala que possa desqualificar a Petrobras sob a ótica da sua aptidão para produzir o pré-sal no Brasil. Não é possível esta desqualificação, a produção está posta”, disse Maria das Graças Silva Foster, presidente da estatal. “Não se justifica esta desqualificação e entendo como uma tentativa sem fundamento técnico e econômico.”
Durante a apresentação, a presidente da Petrobras informou que as metas de produção do atual plano de negócios foram mantidas de acordo com o plano anterior, de 2012-2016.
“Em 2012, confirmamos nossa curva de produção, com 2 milhões de barris de petróleo por dia”, afirmou Graça. Segundo ela, a expectativa é chegar a 2,75 milhões de barris de petróleo por dia em 2017 e atingir 4,2 milhões de barris em 2020.
De acordo com a apresentação, 25 novas unidades de produção de petróleo entrarão em operação no período de 2013 a 2017.
Com relação à produção em termos de barris de óleo equivalente (boe), em 2013 a Petrobras deve chegar a 2,4 milhões de boe. Para 2017, a meta é atingir 3,4 milhões de boe e 5,2 milhões em 2020.
Graça Foster destacou, durante sua apresentação, que a companhia teve uma “excelente realização física e financeira em 2012”. “Não é possível ter descompasso entre físico e financeiro”, disse.
De acordo com a executiva, no ano passado, a Petrobras teve a maior realização financeira em investimento, totalizando R$ 84,1 bilhões. A estimativa no plano de negócios 2012-2016 era de R$ 83,3 bilhões. “Tivemos uma realização física bastante expressiva: 104,8% do previsto no ano foi realizado”, afirmou. Já a realização financeira média foi de 110,6%.
Desafios e oportunidades
Ao falar sobre o cenário que a Petrobras deve enfrentar nos próximos anos, Graça Foster disse que vê desafios e oportunidades à frente. "Na verdade, nós temos hoje um entendimento da oportunidade numa escala muito maior do que dos desafios, porque temos um conhecimento muito maior. Sabemos que temos que ter foco e disciplina, porque assim vamos chegar de fato lá. E o lá é logo ali, estamos falando de 2020. O cliclo de petróleo é um ciclo longo, então, 2020 para nós é amanhã. (...) Sabemos que temos que ser criativos, porém, disciplinados."
Refinaria Abreu e Lima
Ao falar sobre a Refinaria do Nordeste (RNest) ou Refinaria Abreu e Lima, a presidente da estatal disse que a unidade tem um “excelente desempenho do ponto de vista de realização física”. Até o momento, a realização física acumulada chega a 70,6%.
Ao ser questionada sobre como a morte do presidente da Venezuela Hugo Chávez afetava as negociações com a PDVSA, Graça Foster falou que a companhia estava no fim do prazo do último aditivo.
“Hoje o aditivo está fora da validade, que era até 28 de fevereiro. Mas estamos disponíveis para a PDVSA. Continuamos firmes buscando a conclusão da refinaria. Ela performou muito bem nos últimos 14 meses e estamos muito crentes para partir esta refinaria em novembro (2014). Temos que concluir, ela tem alta conversão em diesel, para o nosso resultado é vital. Não dá mais para olhar para o lado, olhar para trás”, falou.
Com relação à Refinaria de Pasadena, nos EUA, Graça Foster informou que ela saiu do plano de desinvestimento da Petrobras. "Criamos na companhia em relação a Pasadena um grupo multidisciplinar, que conhece o mercado americano, tem a equipe da estratégia, para esturutrar um modelo de trabalho. Não tenho hoje o valor do investimento para colocar Pasadena de volta ao mercado americano."
Preços
Graça Foster voltou a dizer que a política de preços da Petrobras é de médio e longo prazo. “A política de formação de preço da companhia não mudou. (...) Nos últimos nove meses, tivemos quatro reajustes de preços, sendo 21,9% no diesel e 14,9% na gasolina. Se não fosse pela desvalorização do câmbio, porque nossos preços são em reais, nós teríamos tido uma convergência muito mais próxima dos preços internacionais”, disse.
Investimentos
Na última sexta-feira, a estatal informou que o valor total de investimentos será de US$ 236,7 bilhões para o período de 2013 a 2017, de acordo com o plano de negócios e gestão da empresa, aprovado pelo conselho de administração da companhia.
Na ocasião, a companhia informou que o plano teve por fundamento a manutenção de metas de produção de óleo e gás e antecipou que não seriam incluídos novos projetos, exceto na área de exploração e produção.