A Petrobras recusou, em 2007, proposta da empresa belga Astra Oil por 50% da refinaria de Pasadena (EUA), de acordo com reportagem publicada nesta terça-feira (22) no jornal "Folha de S.Paulo". O jornal afirma que teve acesso a depoimentos dados por executivos do Grupo Astra à Associação Americana de Arbitragem. À época da proposta, a Astra Oil e a Petrobras eram sócias na refinaria, cada uma dona de 50%.
Posteriormente, após desentendimento entre as duas empresas e por força de contrato, a Petrobras comprou a parte da empresa belga. A aquisição da refinaria pela estatal brasileira é alvo de investigações do Tribunal de Contas da União e da Polícia Federal. Além disso, a oposição quer investigar a compra da refinaria em uma CPI no Congresso.
De acordo com a reportagem da "Folha", o então presidente do Conselho de Administração da Astra Transcor, acionista da Astra Oil, Gilles Samyn, disse que havia discordância entre a empresa belga e a Petrobras sobre aumentar os investimentos em Pasadena. Samyn afirmou que, para resolver o impasse, propôs comprar de volta os 50% da Petrobras, mas Gabrielli recusou.
Samyn disse ainda que refez a proposta, meses depois, em uma reunião que teve Dinamarca com Gabrielli e com Nestor Cerveró, então diretor da área internacional da empresa. Novamente, não houve acerto.
A Petrobras então começou a fazer proposta pela compra dos 50% da Astra Oil. Ainda de acordo com o depoimento relatado pelo jornal, em 5 de dezembro de 2007, Cerveró assinou carta sobre concordando em pagar os US$ 700 milhões pela parte da empresa belga e mais US$ 88 milhões pela "trading".
Após uma batalha judicial encerrada em 2012, a Petrobras acabou pagando US$ 885 milhões pelo resto da refinaria. Ao todo, a transação custou US$ 1,25 bilhão.