O Governo Federal vai prorrogar o pagamento do auxílio emergencial aos trabalhadores prejudicados pela pandemia do novo coronavírus. A confirmação foi feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta terça-feira (30.06), durante reunião virtual com a comissão mista que acompanha as ações de combate às crises sanitária e econômica.
Paulo Guedes não detalhou sobre os valores e por quantos meses a mais o auxílio será pago porque, segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro fará o anúncio. A prorrogação não exigirá autorização do Legislativo, pois a lei que criou o benefício (Lei 13.982, de 2020) deu ao Executivo poder para renová-lo por meio de decreto. Até o momento, já foram pagas três parcelas de R$ 600.
“Vamos estender o auxílio emergencial e vai ser anunciado hoje [...] Por enquanto, a crise ainda está dentro do mapa que o próprio [ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique] Mandetta tinha deixado quando saiu. Até agora demos os três meses iniciais e vamos continuar porque a curva ainda não começou a descer. Mas acreditamos que vá descer nos próximos três meses. Se não, vamos pensar de novo por quanto tempo teremos fôlego”, afirmou.
O ministro disse que ao pagar o auxílio emergencial, o Governo descobriu a existência de 38 milhões de brasileiros invisíveis, sem nenhum tipo de documentação. Ele disse que parte destes trabalhadores está na informalidade, e que será lançado um novo programa de auxílio após a pandemia.
“Descobrimos que havia 38 milhões de invisíveis no país, sem registro. Entre eles, cerca de 10 milhões são realmente muito pobres. Já os demais são trabalhadores por conta própria, que vão ser objeto de um programa nosso, o Verde-Amarelo para dar dignidade a essas pessoas que lutam e são totalmente desassistidas pelo Estado. Nem o Cadastro Único tinha informações sobre essas pessoas”, explicou.
Segundo Paulo Guedes, o Brasil já mobilizou R$ 1 trilhão de recursos, valor que é duas vezes maior do que a média dos países emergentes e 10% superior do que o aplicado pela a média dos países mais desenvolvidos. “Então, não podemos concordar em nenhum momento com a afirmação de que o governo não se mobilizou. Consideramos isso uma visão muito injusta”, afirmou.
De acordo com o ministro, apesar da crise econômica, a massa salarial subiu, e o Brasil ainda conseguiu proteger 10 milhões de empregos. Ele disse estar confiante no pós-pandemia, quando será preciso destravar alguns setores estratégicos para atração de novos investimentos.
“Temos os setores elétrico, de cabotagem, gás natural e petróleo. Quatro ou cinco grandes frentes de investimentos para destravarmos juridicamente. Por isso, podemos surpreender o mundo quando voltarmos de modo seguro ao trabalho. Essa é a nossa agenda de curto prazo: prorrogação do auxílio emergencial e o destravamento do investimento. É possível o Brasil retomar as reformas estruturantes e o crescimento econômico antes que a maioria dos analistas tem previsto”, avaliou.