“O homem aprendeu a polir a pedra, fabricar a cerâmica e descobriu a técnica de tecelagem. Então historicamente, o artesão é responsável pela transformação da matéria prima em produto acabado, usando as próprias mãos. Aqui no Brasil, acredita-se que os índios sejam nossos primeiros artesãos e suas técnicas são de estilo marcante como a cerâmica e pintura com tingimentos naturais. Para homenagear tais profissionais, foi instituído no dia 19 de março o “Dia Nacional do Artesão”, explica a coordenadora do Programa de Artesanato Mato-grossense, Elvira Leite.
Quando o assunto é artesanato, Mato Grosso é referência. O Estado possui mais de 15 mil artesãos e trabalhadores manuais. Deste total, 5.111 profissionais já estão inclusos no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB), criado pelo Ministerio do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior-(MDIC), através do Programa do Artesanato Brasileiro-PAB. “Mato Grosso é o primeiro Estado Brasileiro a entregar a Carteira de Artesão e Trabalhador Manual do Governo Federal. Além de trazer para legalidade, o artesão pode se beneficiar de um acordo de cooperação firmado entre a Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) e a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), que garante isenção do Imposto de Circulação de Mercadoria (ICMS) para o artesanato produzido em Mato Grosso”, afirma Elvira Leite.
O Programa do Artesanato Mato Grossense-PAB/MT, oferece aos profissionais da área, orientações e cursos de qualificação. O interessado, ao se cadastrar irá receber a Carteira Nacional de Artesão e do Trabalhador Manual, o que lhe da o reconhecimento de ser um profissional autônomo, possibilitando contribuir para a Previdência Social, emissão notas fiscal, isenção de ICMS, declaração de rendimentos, participar de exposições, feiras e eventos dentro e fora do Estado.
Para o secretário da Sicme, Alan Zanatta, é preciso comemorar a data com olhos para o futuro, festejar as conquistas e planejar ações para desenvolver ainda mais a atividade no Estado. “O artesanato representa a cultura de um povo. Mato Grosso é rico em matéria prima, temos muitos profissionais que vivem do artesanato e tem orgulho de seu trabalho. O governo tem trabalhado para contribuir com o desenvolvimento do setor, também responsável pela geração de emprego e renda”, reforça o secretário.
Os produtos artesanais de Mato Grosso já atravessaram fronteiras e conquistaram reconhecimento não só no Brasil, mas também em vários países. “Nos últimos sete anos, participamos de 259 feiras e eventos. Mostramos nossa arte para o mundo. Peças que encantam o público internacional. Prova disso foram às indicações de três tecedeiras de Várzea Grande que produzem redes. Elas vão participar na Venezuela do Festival Internacional de Redes, organizado pelo World Crafts Council”, acrescenta à coordenadora.
Artesãs dos municípios de Cuiabá, Barra dos Bugres, Barra do Garças, Poconé e Várzea Grande, que foram indicadas para o programa Mulheres Artesãs da Organização das Nações Unidas (ONU). O evento irá promover a imagem do Artesanato Brasileiro no exterior por meio das diversidades socioculturais, artesanato, fotografias, exibição de documentário e a publicação de um livro de arte.
Entre as ações previstas para 2013, está a participação de Mato Grosso no mês de junho do Salão do Turismo em São Paulo, da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) em Recife, e a realização da primeira Rota do Artesanato em Mato Grosso, que vai percorrer 12 cidades Pólos Regionais. Através de mutirão serão oferecidos os serviços de cadastramento de artesão e do trabalhador manual, emissão de carteira nacional palestras, worshops, cursos e mostras de artesanato local.
