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Cidades Sexta-feira, 29 de Junho de 2018, 14:21 - A | A

Sexta-feira, 29 de Junho de 2018, 14h:21 - A | A

Audiência - acompanhe

Testemunha revela que personal chegou a andar armado após ser ameaçado

Lucione Nazareth/VG Notícias

Reprodução

Danilo Campos

Danilo Campos foi assassinado a tiros em novembro de 2017

O juiz da 12ª Vara Criminal da Capital, Flávio Miraglia Fernandes, ouve neste momento (14h20min) depoimento de testemunhas de acusação contra Guilherme Dias de Miranda e Walisson Magno de Almeida, acusados de serem mentor e executor, respectivamente, do assassinato do personal trainer, Danilo Campos, 28 anos, filho do vereador de Várzea Grande, Nilo Campos (DEM).

Danilo Campos foi assassinado a tiros em novembro de 2017, no bairro Jardim Cuiabá, na Capital.

Guilherme e Walisson estão presos desde março deste ano na Penitenciária Central do Estado.

Na audiência desta sexta-feira (29.06), estão previstos os depoimentos de: Yonar Sudré Avelino, Dionizio Bareiro Neto, Aline Olive de Araújo, Gorbachev Jo Barros Oliveira, Mechelle Mayara Leite de Oliveira, Alexandre Candido Moreira da Silva, Carlos Alexandre Meireles, Leandro Rodrigues Alves Lemes e Danilo Romao Paes Lemes.

Ataulizada às 14h22min - O pai da vítima, vereador Nilo Campos já está no local para acompanhar o depoimento das testemunhas de acusação.

O magistrado não deixou a imprensa gravar imagens da audiência.

O primeiro a prestar depoimento é Gorbachev Jo Barros. Ele preferiu que os réus não participassem da audiência.

Ele era gerente da academia onde trabalhava Danilo Campos. Em seu depoimento, Barros disse que quando ficou sabendo do caso de Danilo com a aluna, pediu para que o mesmo terminasse o relacionamento. Posteriormente, o gerente soube que o marido da aluna o ameaçou depois de descobrir do caso, e que diante disso, Danilo começou andar armado.

"Eu falei para ele: cara você não é bandido para andar armado, e depois ele deixou a arma", declarou.

O depoente contou que a aluna não era da academia de Cuiabá e sim de Várzea Grande, mas que diante do relacionamento, ela começou a frequentar a unidade na Capital. Ele revelou que Danilo foi ameaçado no estacionamento da academia de Cuiabá e pelo WhatsApp.

"Você vai aprender a não mexer com mulher casada. Vou dar um tiro na sua cara", contou a testemunha ao falar das ameaças e informou que a aluna parou de comparecer na academia.

Segundo ele, no dia do assassinato estranhou Danilo ir embora da academia por um caminho diferente do habitual, e que mais tarde ficou sabendo que a vítima tinha sido baleada.

O depoente afirmou que na época dos fatos, após receber as ameaças, Danilo contou que parou de ver Anne.

Sobre a arma, o gerente da academia garantiu que Danilo chegou andar em torno de 20 dias armado com medo de Guilherme. "Falei para ele iaí Danilo já largou da arma. Ele me disse melhor deixar quieto, e parou de andar armado".

Atualizada às 14h47min - Presta depoimento neste momento Michele Mayara Leite, que ocupa o cargo de recepcionista da academia em que Danilo trabalhava.

Sobre o episódio, Michele disse que não testemunhou nada dos fatos, e que na época do caso de Danilo e Anne, estava de licença maternidade e que apenas ouviu da vítima que o marido de uma aluna chamada Pamela o teria ameaçado. "Eu disse para escrivã na delegacia que não presenciei nada disso, porque estava de licença maternidade, mas ela disse que para mim deixar a delegacia teria que assinar o depoimento no qual constava que tinha presenciado estes fatos. Eu vi o Danilo, mas não ouvi nada sobre a morte dele", relatou Michele.

Michele reafirmou ser leiga e que só assinou o depoimento porque sentiu medo. "Fiquei com medo, assinei e fui embora. Eu fui ameaçada para assinar o depoimento", relatou a recepcionista.

Atualizada às 15h17min - O próximo a prestar depoimento é Alexandre Cândido Moreira, personal trainer e trabalhava com Danilo. Ele relatou que o amigo mostrou foto da Anne, sobre as ameaças que sofreu e a arma quando o mesmo começou andar armado.

"Ele me falou que recebeu mensagens WhatsApp. O cara lá ficou sabendo e está me ameaçando", relatou, negando conhecimento sobre uma suposta ameaça pessoal de Guilherme.

O depoente contou que Danilo, apesar das ameaças, sempre se mostrou tranquilo. "Todos da academia sabiam que ela era casada, inclusive o marido frequentava aulas na academia junto com ela" disse a testemunha.

Alexandre afirmou que Alisson nunca foi aluno da academia e que jamais viu o acusado.

No depoimento, o personal garantiu que jamais presenciou qualquer discussão ou ameaças feitas por Guilherme contra Danilo. "Coincidiu algumas vezes deles estarem na academia no mesmo horário, mas eu nunca presenciei nenhuma ameaça ou discussão entre eles" declarou o depoente.

Atualizada às 15h36min - O juiz agora ouve Aline Olive de Araújo - na época dos fatos ela era namorada de Danilo. Ela contou que conheceu Danilo em agosto de 2017 (começando o namoro em outubro daquele ano) e sobre relacionamento dele com Anne ficou sabendo somente após a morte da vítima em novembro de 2017.

Aline afirmou que jamais presenciou o namorado armado e descreveu o mesmo como: "ótimo caráter, trabalho, coração enorme, uma pessoa boa".

Sobre os fatos, a namorada afirmou que sempre procura não ler e nem ouvir nada sobre o suposto envolvimento com Anne.

Durante o depoimento de Aline, o pai de Danilo, Nilo Campos chorou.

Atualizada às 15h39min - Agora presta depoimento Leandro Lemes que trabalhou na academia como vigilante. Ele afirmou que Danilo nao era muito de conversar e que ele teria solicitado uma arma ao mesmo. "Ele disse que tinha um desacerto e me solicitou uma arma. Comentou que tinha alguém pegando no pé dele. Eu nao arrumei a arma para ele porque percebi que ele nao tinha muito malícia para usar uma arma", contou. 

Sobre a arma, ele disse que desconhece como Danilo conseguiu a arma.

Atualizada às 16h03min - O próximo a prestar depoimento é Dionísio Neto, investigador de polícia. Ele participou das investigações sobre a morte de Danilo. O investigador contou que por meio de interceptações telefônicas, foi informado por policiais de Mato Grosso do Sul, que o mesmo estava no Estado, e que posteriormente foi descoberto que o mesmo estava em São Paulo.

O policial relata que Guilherme é uma pessoa extremamente inteligente - e que sempre utilizou números de telefones em nome de terceiros. Nas investigações, foi constatado que um dos telefones utilizados, supostamente de Danilo, foi descoberto mensagens de ameaça: "você mexeu com a mulher errada" contou o investigador.

Segundo Dionísio, nas investigações, foi descoberto que Guilherme, enquanto esteve foragido, praticou crimes de estelionato, "como modo de vida utilizando um dos endereços aonde ele morava na Mário Andreazza, em Várzea Grande".

O investigador disse que uma das falhas de Guilherme foi ter levado um carro, modelo Honda Civic, com placas de Cuiabá que foi utilizado para localizar o acusado em São Paulo. Sobre o relacionamento de Anne e Danilo, o policial conta que partiu dela a iniciativa de iniciar o relacionamento e que o personal tentou terminar o envolvimento amoroso. O investigador conta que foi constatado no telefone de Danilo que Anne contou que o marido Guilherme estava monitorando o celular dela chegando orientá-lo para tomar cuidado.

Dionísio relatou que a polícia recebeu várias denúncias informando que Guilherme estava pensando em fugir para Angola, Estados Unidos e outros países do exterior.

Em relação a participação de Alisson no crime, o policial contou que nas investigações ficou comprovado que no dia da morte de Danilo o acusado e Guilherme estavam próximo ao local do crime, e que uma câmera do Ciosp flagrou dois homens em uma motocicleta . "Por isso chegamos a conclusão que estes dois homens supostamente são Guilherme e Alisson", relatou.

Em relação a Anne Lise, o investigador disse que foi obrigada pelo ex-marido a levar Danilo ao local do crime e que a moto usada foi alterada a placa por Guilherme e Alisson. "No depoimento Anne Lise contou que quem executou foi um boliviano e que o mesmo voltou para o país de origem deixando de receber R$ 3 mil para fazer o serviço".

Dionísio contou que a ex-mulher identificada como Ionar chegou a guardar o Honda Civic de Guilherme, e que a mesma passou final do ano em São Paulo com o acusado e o filho deles.

O investigador revelou que Anne Lise contou que Guilherme recebeu várias decisões judiciais e relatórios de investigação da Polícia Civil. "Foram vários vazamentos de informações que segundo Anne Lise partiu dos advogados dele e adquiridos junto o Fórum de Cuiabá. Isso nos causou muita indignação", revelou o policial.

O investigador ainda contou que tio de Guilherme é membro do Comando Vermelho e que Anne Lise orientou Danilo sobre os riscos que ele estava correndo, mas que em nenhum momento Anne acreditou que o marido iria matar o personal.

Na época da expedição o mandado de prisão de Guilherme, Anne contou que tentou denunciar no Ciosp que o acusado estava escondido na casa da ex-mulher Ionar em Várzea Grande. "Ela disse para nós que só não denunciou porque teve medo do telefone dela ficasse registrado lá e posteriormente Guilherme ficasse sabendo que tinha sido ela que havia o denunciado", detalhou o policial.

Atualizada às 17h00min - Em continuidade ao depoimento do investigador Dionísio, ele afirma que no depoimento Anne Lise contou que no dia da morte de Danilo, Guilherme mandou ela olhar uma mensagem informando do crime dizendo o seguinte: "Está vendo aí lavei a minha honra".

O policial afirmou que Guilherme pode ter "manipulado" Walisson a ficar com ele em São Paulo e permanecido no Estado foragido até serem presos.

Atualizada às 17h21min - Ao final do depoimento ele declara: "O fato que me entristeceu, é que na minha opinião, Anne Lise teve alguma participação na morte do Danilo, apesar dela negar" disse Dionísio ao encerrar ao depoimento.

Atualizada às 17h40min - O juiz ouve neste momento o depoimento da atual mulher de Guilherme, Yonar Sudre Avelino. Ela conta que ficou casada com Guilherme por seis anos separando dele em 2015. Segundo Yonar, eles ficaram separados por dois anos - e neste período Guilherme conheceu Anne Lise e que eles ficaram aproximadamente seis meses juntos. "Agora reatamos e estamos juntos".

Sobre o marido, Yonar contou que Guilherme não é ciumento e que sempre foi um "bom marido é bom pai para meu filho". Sobre a queixa-crime que ela registrou contra o marido na primeira vez que estiveram casados (na Lei Maria da Penha) disse o seguinte:"Isso foi um fato isolado".

Sobre o crime, a testemunha afirmou que ficou sabendo pela mídia. Em relação ao carro do marido, que ele guardou na casa dela após a morte de Danilo, a mesma contou que guardou a pedido da mãe do acusado pelo fato dela não ter garagem para guardar o carro. "Quem levou o carro foi tio do Guilherme, o Belmiro" disse.

Ela ainda deu a seguinte declaração: "Eu acredito na inocência dele e sei que ele não seria capaz de cometer um crime deste. Em São Paulo conversei com ele (período que Guilherme estava foragido) e na ocasião me disse que era tudo uma confusão e que ele iria provar a inocência dele", contou Yonar.

Atualizada às 18h00min -  Neste momento será ouvido o último depoimento de Danilo Romão Lemes. Ele é amigo de Guilherme Dias. Danilo contou que é aluno de capoeira de Guilherme e que soube do caso pela mídia. A testemunha disse que foi para São Paulo para tratamento espiritual naquele Estado - e que encontrou o professor em um barracão aonde foi efetuado o evento.

"Ele me disse que era inocente e que iria provar sua inocência. Sobre porque ele fugiu, Guilherme me contou que estava sendo ameaçado por meio de redes sociais", relatou Danilo, porém, afirmando desconhcer quem teria o ameaçado.

A testemunha revelou que conhece Guilherme desde de 1997 - e declarou desconhecer que o acusado tenha praticado qualquer outro crime, como estelionato apontado nas investigações da Polícia Civil.

Ameaça - Na audiência, Guilherme Dias e Alisson informaram que está sofrendo ameaças na Penitenciária Central do Estado. Segundo Guilherme, ligações chegaram na unidade devido a repercussão do caso os ameaçando. Ele atribuiu as ameaças a facções criminosas.

O juiz mandou intimar os responsáveis da unidade para garantir a integridade física dos acusados no presídio. Os depoimentos das testemunhas de defesa foram agendados para 18 de julho.

Os advogados das duas partes não quiseram se manifestar. Eles disseram que não tem o que falar neste momento - e preferem aguardar o final de todos depoimentos

 

 

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