O superintendente da Vigilância Sanitária de Várzea Grande, presidente do Conselho Municipal de Saúde, Erick William Pinto, 37 anos, e o fiscal da Vigilância Sanitária do município, Nélio Flores de Freitas, 51 anos, este último, 24 anos de serviço público, foram presos no final da tarde desta segunda-feira (27.05), acusados de extorsão. Um terceiro fiscal envolvido é Lúcio Cunha de Moraes, gerente de Vigilância Sanitária, mas não foi preso em flagrante, segundo informações, ele está em Florianópolis, Santa Catarina.
Em entrevista ao oticias, o delegado Guilherme de Carvalho Bertoli, da Delegacia de Furtos e Roubos de Várzea Grande, contou que, no dia 17 de maio, o fiscal Nélio lavrou o termo de interdição da Peixaria São Benedito, no bairro Aeroporto, pois não cumpriria com diversas exigências sanitárias, bem como alegou que havia um débito de multas no valor de R$ 12 mil.
No dia 22 de maio, a vítima se deslocou até a Vigilância Sanitária do município, com a finalidade de resolver o problema. Na oportunidade, reuniu-se com Erick Willian e Lúcio, superintendente e chefe da vigilância sanitária, respectivamente. Em conversa entre a vítima José Pedroso de Arruda, Erick e Lúcio, os responsáveis pela vigilância sanitária afirmaram, segundo a vítima, que o estabelecimento comercial poderia ser reaberto caso ele pagasse a quantia de R$ 4 mil, valor que seria pago em três parcelas. Ante a exigência de vantagem indevida, no mesmo dia, 22 de maio, o fiscal Nélio retornou ao local e lavrou a desinterdição. E ainda, Nélio "pegou" 10 pacotes de kibe de peixe, afirmando que seria entregue a Erick.
Hoje, segundo o delegado, Nélio foi até a Peixaria para buscar a quantia em dinheiro exigida para que o estabelecimento comercial permanecesse em funcionamento, agindo sob a ordem de Erick, momento em que foi detido pelos policiais civis.
"Na data de hoje, os policias civis desta Delegacia de Repressão Qualificada recebram informações de que fiscais da Vigilância Sanitária do município de Várzea Grande, encontravam-se no estabelecimento comercial de propriedade da vítima José Pedroso de Arruda, denominada "Peixaria São Benedito, localizada a rua Coronel Gonçalo de Figueiredo, no Jardim Aeroporto, com o fim de exigir quantia em dinheiro para que emitissem alvará de liberação e funcionamento do local. Desta forma os policiais civis se deslocaram até o estabelecimento, momento em que presenciaran o fiscal Nélio Flores de Freitas dizendo: O combinado para deixar isso aqui aberto era quatro mil. Neste momento, foi apreendido um envelope contendo a quantia de R$ 2 mil", relatou o delegado Guilherme de Carvalho Bertoli
De acordo com o delegado, ante a análise dos termos de interdição e desinterdição da Peixaria, alicerçadas aos detalhes das declarações da vítima, bem como a apreensão da quantia em dinheiro, entende, que em sede de análise perfunctória, presentes indícios de autoria de materialidade no tocante aos crimes de conslussão e associação criminosa.
Bertoli disse que Erick e Nélio ficarão presos - e amanhã devem ser levados para audiência de Custódia. Os celulares dos dois foram apreendidos e o delegado disse que irá solicitar quebra de sigilo, para saber se há outras vítimas.
Conforme boletim de ocorrência, a Delegacia recebeu outras denúncias anônimas de comerciantes locais, informando que os fiscais da Vigilância Sanitária municipal, estão adotando esta prática criminosa de exigir propina para não multar e não interditar os estabelecimentos comerciais irregulares.
Outro lado - A reportagem do oticias entrou em contato com o secretário de Saúde de Várzea Grande, Diógenes Marcondes, porém, sem êxito. A reportagem vai ligar novamente amanhã.
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