Os servidores da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) enviaram à imprensa nesta segunda-feira (14.01), uma carta reclamando da forma como estão sendo tratados pelo governador Mauro Mendes (DEM), e que o democrata trata com “deboche” o funcionalismo público. Eles afirmam que todos os servidores merecem a remuneração os quais são concedidos a eles.
Na semana passada, Mendes afirmou que irá extinguir a Empaer, e que um dos motivos é o “desmando” que ocorreu na autarquia, principalmente a folha de pagamento, tendo na sua maioria “supersalário”.
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Na carta, os servidores da autarquia afirmaram que os tais “supersálarios” são pagos aos profissionais que já estão no topo da carreira e tiveram todas as progressões.
“Recebem estes salários, profissionais que já estão no topo da carreira, e fizeram todas as progressões possíveis. Para se alcançar estes salários não é fácil e nem rápido, é necessário cumprir com o que determina o Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) ”, argumentaram servidores.
Eles ainda disseram que Mauro Mendes fala dos funcionários da Empaer sem conhecimento esquecendo de citar que eles muitas vezes trabalham mais de 12 horas por dia, utilizam seus veículos e equipamentos particulares para prestar atendimento.
“Tiram dinheiro do bolso para custear as despesas necessárias para funcionamento dos escritórios, consertar veículos, consertar e comprar equipamentos para execução do trabalho, dar manutenção e formar os escritórios, fazem serviços além de suas obrigações, entre diversas outras dificuldades, tudo isso com o intuito de ajudar os produtores rurais do estado de Mato Grosso. Mesmo com todas essas dificuldades os empregados vêm desempenhando, na medida de suas possibilidades, os trabalhos que lhes é demandado”, afirmou os funcionários. Veja carta dos servidores na íntegra no final da matéria.
Lembrado que o projeto de lei que pede a extinção da Empaer e outras autarquias já foi encaminhado à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT). Os deputados devem apreciar ainda esta semana.
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Carta dos servidores da Empaer
"Olá a todos,
Venho aqui esclarecer algumas notícias que o Governador do estado de Mato Grosso, Mauro Mendes, está propagando na mídia pra justificar a proposta elaborada por ele e que se encontra na Assembleia Legislativa para votação sobre a extinção da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural - EMPAER.
O discurso dele é sempre o mesmo, e quem não viu consegue encontrar isso facilmente na internet. Ele diz o seguinte, em tom de deboche: "Lá (Empaer) funcionaria de serviços gerais que serve cafezinho tá ganhando 13 mil; motorista, desses de golzinho ganhando 15 mil e; técnico agrícola ganhando 17 mil".
Bom, vamos lá,
1° - A EMPAER não possui tabela salarial própria, ela, assim como o INTERMAT, seguem a tabela do INDEA-MT, órgãos estes que recebem legalmente e merecidamente as remunerações previstas nesta tabela.
2° - Recebem estes salários, profissionais que já estão no topo da carreira, e fizeram todas as progressões possíveis. Para se alcançar estes salários não é fácil e nem rápido, é necessário cumprir com o que determina o Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS). Lá determina que as progressões são feitas a cada 3 ou 5 anos, dependendo do caso, sendo que para mudança de nível utiliza-se o tempo de serviço e para mudança de classe necessita-se de qualificação profissional (isso é bom pois incentiva o profissional a estar sempre atualizado e qualificado para melhor exercer suas funções e em contrapartida o estado o remunera para isto). Na tabela existem 12 níveis e 4 classes e para alcançar o topo da carreira e receber estes salários de 13, 15 e 17 mil reais precisa-se, resumidamente, ter mais de 30 anos de serviço, mais de 500 horas de cursos e formação acima do que o cargo exige, ou seja, necessita-se ter nível superior, e quem é concursado para cargo de nível superior, necessita ter Mestrado e/ou Doutorado para poder ter acesso ao topo da carreira.
3° - O que o governador não mostra: Empregados da EMPAER que muitas vezes trabalham mais de 12 horas por dia, utilizam seus veículos e equipamentos particulares para prestar atendimento, tiram dinheiro do bolso para custear as despesas necessárias para funcionamento dos escritórios, consertar veículos, consertar e comprar equipamentos para execução do trabalho, dar manutenção e formar os escritórios, fazem serviços além de suas obrigações, entre diversas outras dificuldades, tudo isso com o intuito de ajudar os produtores rurais do estado de Mato Grosso. Mesmo com todas essas dificuldades os empregados vêm desempenhando, na medida de suas possibilidades, os trabalhos que lhes é demandado.
A EMPAER está presente em 135, dos 141 municípios do estado de Mato Grosso e nos últimos 3 anos realizou mais de 427 mil atendimentos para 57.096 agricultores; Elaborou projetos de credito rural que liberaram 304,5 milhões de reais aos produtores rurais do estado; Realizou 246 experimentos de pesquisas; Montou 378 unidades de referência tecnológica, 132 unidades de validação; Comercializou mais de 2 milhões de alevinos; Emitiu mais de 27 mil Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP); Realizou 36 encontros de mulheres rurais, alcançando um público de 16.840 mulheres; Realizou quase 100 mil analises de solo; entre diversos outros serviços.
Convido toda população a conhecer a EMPAER, ir no escritório de sua cidade, acessar o site da empresa (http:www.empaer.mt.gov.br/) e verificar os trabalhos prestados e a importância desta instituição para o estado de Mato Grosso.
Não vamos deixar esta importante instituição morrer, vamos lutar pela continuidade dos serviços da EMPAER. Os produtores rurais de Mato Grosso precisam dela. Lembrem-se, Mato grosso vive da agropecuária, investir neste setor é investir no estado, acabar com a empresa que presta serviços de políticas públicas essenciais, principalmente os pequenos, é ir contra o desenvolvimento do estado."
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