Sem medicamento e sem médico para atender moradores do bairro São Mateus e região, servidores da PSF São Mateus, em Várzea Grande, estão dispensando quem busca atendimento na unidade.
Conforme moradores do residencial São Mateus, relataram à reportagem do VG Notícias, no PSF do São Mateus recusam atender até criança com febre. Eles dizem que fazem verdadeiras peregrinações nas unidades de saúde do município – e com muita “sorte” recebem atendimento no Pronto-Socorro, mas na maioria das vezes somente na Policlínica do Verdão em Cuiabá.
“Eles se negam a nos atender. Os funcionários dizem que é para procurarmos atendimentos em outras unidades ou então no Pronto-Socorro. No Pronto-Socorro minha neta chegou queimando em febre, colocaram a menina de dois anos embaixo do chuveiro com água fria e depois queriam dar uma injeção de buscopan porque não tinha outro medicamento” relatou a moradora Inês indignada com a situação.
“Estamos entregue a Deus, sem atendimento nos postos de saúde de Várzea Grande” disse José Carlos, um senhor de 62 anos e morador do recém inaugurado Residencial São Mateus.
De acordo com uma servidora da Policlínica do São Mateus – que não quis se identificar -, na unidade está faltando medicamentos e material de trabalho, desde o mais básico, como álcool e gazes -, e por isso não tem condições de atender a população.
“Aqui o atendimento está sendo precário. Não estamos tendo medicamento, falta material de trabalho e até mesmo os médicos estão deixando de comparecer à unidade, nos obrigando a cancelar as consultas e remarcá-las para outro dia. Está muito difícil trabalhar nessas condições. Os moradores reclamam, mas a culpa não é nossa, já solicitamos o que está faltando para a Secretaria de Saúde, mas até agora nada chegou e a situação aqui é preocupante” afirmou a servidora.
O que causa estranheza é que em 2013 a então secretária de Saúde do município, primeira-dama Jaqueline Guimarães, recebeu uma verba Federal de R$ 160.694.200,00 para a realização da reforma do Posto de Saúde do São Mateus. Porém, a unidade continua com uma infraestrutura precária.
Segundo o Ministério Público Estadual (MPE/MT) que instaurou um inquérito civil para investigar o caso, a obra foi “maquiada” e os serviços não foram realizados como deveriam. Confira aqui a matéria relacionada.
Outro Lado - A reportagem do VG Notícias tentou falar com o secretário de Saúde do município, Daoud Abdallah, mas foi informada por um servidor que ele se encontrava em uma reunião e que não poderia atender. Até o fechamento da matéria o gestor não retornou o contato.
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