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Cidades Terça-feira, 21 de Novembro de 2023, 10:42 - A | A

Terça-feira, 21 de Novembro de 2023, 10h:42 - A | A

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"Pensei que o raio que matou o guia fosse fogos; senti o choque e pensei que fossem fagulhas", diz turista de MT

Karlla disse que tentou ligar para a emergência, mas não conseguia falar

Gislaine Morais/VGN

Morada do município de Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá), Karlla Conceição Araújo da Silva, 26 anos, relatou ao , que presenciou uma das cenas mais aterrorizantes da sua vida, durante uma trilha na Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, no último domingo (19.11). Durante o passeio, o guia de turismo Leilson Souza, 36 anos, morreu após ser atingido por um raio.

Karlla disse que estava a passeio no Rio de Janeiro com o esposo e retornariam para Mato Grosso nessa segunda (20), e então decidiram fazer a trilha.

Na manhã de domingo (19), o tempo estava nublado quando o casal chegou no local combinado. Segundo Karlla, eles e mais cinco pessoas que estavam no grupo, foram orientados pelo guia de turismo Leilson Souza, que estava acompanhado de seu irmão, como funcionava o passeio. O trajeto seria de 2 horas e meia de ida e mesmo tempo para volta.

Karlla contou que o guia alertou sobre risco devido ao tempo nublado, mas que a previsão de chuva seria por volta das 15 horas. Após as explicações, o grupo decidiu continuar com passeio, e já na primeira hora pegaram chuva, mas de acordo com Karlla, chuva tranquila, sem barulho de trovões ou raio.

A turista disse que quando chegaram na Pedra da Gávea, ela estava cansada e resolveu sentar em uma pedra, momento que seu marido pediu que ela pegasse o celular na bolsa. Karlla então pegou o celular e entregou para o esposo e pegou o seu e começou a filmar.

“Havíamos chegado na pedra fazia uns seis minutos. Meu vídeo durou cerca de 27 segundos, momento em que senti um choque no meu corpo, nas minhas mãos. Na hora eu não entendi o que era, mas vi quando o raio caiu e um reflexo atingiu Leilson, ele estava sentado na cadeirinha. Pensei que fossem fogos, achei que tinha sido atingida por fagulhas do fogo, ou que era pólvora teria espirrado em mim. Mas não, quando olhei para o meu marido, ele disse que o guia havia morrido. Entrei em desespero, aí a gente vê de fato a gravidade do ocorrido”, contou Karlla.

Segundo a turista, ela ficou num estado de nervosismo que não conseguia falar, mas ela se lembra da força e da sensatez do irmão do guia, que mesmo diante da situação, manteve a calma para orientar a todos que estavam ali.

“Ele foi, nossa, sensacional. Sem palavras para ele, para atitude dele, porque havia acabado de perder o irmão e ele ali naquela situação, ele se manteve firme, ele vinha, me acalmava, acalmava as outras duas meninas que estavam conosco. Pedia que a gente tentasse manter o controle, que a gente se acalmasse para conseguir descer e, nossa, foi desesperador”, relembra a moradora de Rondonópolis.

Conforme Karlla, o irmão do guia pediu para seu esposo ajudar tirar o corpo de Leilson de lá, pois no local que estava poderia cair para frente e despencar nas pedras. Eles puxaram Leilson por corda, e deixaram num local seguro. “Quando puxaram ele, eu pensei que ele estaria com vida, mas infelizmente não”.

Karlla disse que tentou ligar para a emergência, mas não conseguia falar, então seu marido fazer a chamada e informar sobre a tragédia. “Quando vi ele morto, eu só pensava em sair dali, queria descer e pedir a Deus que a gente chegasse lá embaixo, chegasse na terra ali em segurança. Porque a partir desse momento que caiu esse primeiro raio, que aí comecei a ver a gravidade e pensar no pior. E o pensamento era só que iriam cair mais raios e que iria atingir a gente. Então foi um desespero”.

Ainda assustada com a tragédia, a turista disse que sabia que o tempo estava nublado, mas foi na expectativa, na esperança, de quando chegasse na pedra o tempo ia abrir. “Em momento algum a gente pensou que poderia acontecer o pior, né, e era para ser um momento feliz, de boas lembranças e acabou virando esse pesadelo”.

Karlla ainda completou: “Agora vai ser impossível eu olhar para uma montanha, olhar para um morro e não lembrar do que aconteceu. Mas acredito que Deus sabe de todas as coisas e o que Ele fez por mim foi um livramento e só tenho a agradecer a Deus também pela vida e por essa oportunidade de ter continuado a viver porque poderia ter sido eu, poderia ter sido qualquer outra pessoa que estava ali conosco”, finalizou Karlla em entrevista ao .

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