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Cidades Segunda-feira, 05 de Fevereiro de 2024, 17:00 - A | A

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Denúncia

Pais de alunos surdos relatam falta de intérpretes em escolas e denunciam negligência do Estado

Falta de intérpretes de libras nas escolas estaduais desafia inclusão em Cuiabá e Várzea Grande

Angelica Gomes /VGN

Atualizada às 10h45 (06.02) Pais e tutores de alunos surdos e mudos da rede estadual de ensino de Cuiabá e Várzea Grande denunciaram a ausência de intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) nas salas de aula, o que prejudica significativamente o desenvolvimento educacional desses estudantes. Segundo os relatos feitos ao , muitos foram informados sobre a falta desses profissionais no primeiro dia letivo, nesta segunda-feira (05.01).

Ana Cassia, mãe de um adolescente de 17 anos matriculado na Escola Estadual Pedro Gardés, expressou sua frustração diante da recorrência deste problema e da humilhação de ter que lutar pelo direito básico de educação do filho. Lindalva Alexandrina, compartilhando a decepção, relatou o estresse de sua nora Daniele Andrade, 22 anos, ao se sentir deslocada e incompreendida na Escola Estadual Profª. Almira De Amorim Silva, devido à ausência de um intérprete de Libras. 

“Ela falou que não vai à escola enquanto não resolver isso. Porque o que adianta ela ir e ficar lá, o professor fala, fala, e ela não entende nada porque não tem ninguém para traduzir para ela. Ela se sentiu uma boba alegre lá, vendo o professor falando sem entender nada”. Lindalva destaca que a nora acorda às 5h da manhã para pegar o ônibus escolar, que leva aproximadamente 1h para chegar na escola e, ao chegar na unidade, a jovem não consegue entender nada na aula.

A situação se agrava com o depoimento de profissionais qualificados que, mesmo após participarem de processos seletivos, aguardam convocação para atuar. Uma professora de ciências, com experiência de 5 anos como intérprete de Libras, e outra intérprete que atuou no ano letivo de 2023, ambas aguardam chamamento para suprir essa carência crítica nas unidades escolares.

A escassez de profissionais é agravada pela demora na convocação de intérpretes qualificados. Uma professora, com 5 anos de experiência como intérprete de Libras, relatou ao que, apesar de participar do processo seletivo, não foi chamada devido a erros em três questões do formulário e foi informada pelo Diretoria Regional de Educação (DRE) que precisa aguardar um edital de emergência para ser chamada, enquanto muitas unidades estão sem os profissionais.

Outra intérprete, que atuou no ano letivo anterior, também aguarda chamamento para atuar novamente. Segundo ela, uma aluna do ano letivo de 2023 a procurou hoje e contou que não tem uma intérprete de libras em sua sala de aula. Enquanto isso, a intérprete conta que até o momento não foi chamada para atuar na área e não sabe quando ela será convocada para a atribuição em uma unidade escolar. Ela relata que está aguardando o chamamento.

Outro lado: Em resposta, a Diretoria Regional de Educação (DRE) de Várzea Grande informou ao que todas as unidades escolares que solicitaram intérpretes foram atendidas, listando diversas escolas como beneficiadas. No entanto, a migração de estudantes da rede municipal para a estadual exigiu a abertura de novos editais para contratação de mais profissionais. Um novo edital de emergência será lançado para Poconé e Várzea Grande.

Já a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) informou que todas as unidades escolares estaduais estão aptas a matricular alunos com necessidades especiais. A escola deve enviar a demanda para a DRE, que solicita os profissionais à Seduc, iniciando o processo administrativo para alocar o intérprete necessário. Porém, atrasos no início deste processo por parte das unidades escolares ou dos pais podem retardar a chegada dos profissionais às escolas.

Ao , a diretora da Escola Estadual Pedro Gardéz informou que todas as requisições de profissionais para alunos com necessidades especiais foram realizadas conforme as matrículas foram efetuadas. Em 1º de fevereiro, foi requisitado um intérprete de Libras para um aluno especificamente identificado no sistema como necessitado desse profissional. Contudo, a diretora esclareceu que o nome da mãe do aluno não corresponde a Ana Cassia, conforme mencionado na denúncia.

Ela também destacou que, no primeiro dia de aula, não foi possível contar com um intérprete para o aluno em questão, devido à desistência do profissional designado para o cargo, que não compareceu à instituição. Em resposta, a escola procedeu com uma nova solicitação de intérprete de Libras e atualmente aguarda a chegada do profissional designado.

Leia também: Governo afirma que nova ponte está conclusa e é desmentido por moradores: “Inacabada do lado de Cuiabá e de VG”

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