A advogada e ex-candidata à vice-governadora, Sirlei Theis, que combate a violênca contra a mulher afirmou em entrevista ao oticias no Ar nesta quarta-feira (07.11) que apenas uma Delegacia Especializada da Mulher é muito pouco para atender as mulheres vítimas de violência doméstica. Ela citou o caso da servidora pública de Sinop (500 km de Cuiabá) Marta Martins, que foi morta pelo ex-marido a facadas nessa segunda (05.11).
“Aconteceu o fato da Marta lá em Sinop, que brigou muito por uma delegacia especializada no município. Ai é instalada este ano e parece que vai trazer a segurança na região para a mulher. Mas é a lei do engano, o horário de funcionamento é apenas em horário de expediente. No horário em que elas precisam realmente, é fechada. Seria muito mais eficiente nós ampliarmos os atendimentos dentro dos plantões com pessoas qualificadas, uma equipe especifica para cuidar da mulher dentro daquela delegacia, do que criar uma delegacia especializada que fica praticamente fechada. O que estou falando é o que a mulher não quer ouvir, mas não quero vender uma segurança que não existe”, destacou Theis.
Questionada sobre o perfil dos agressores, a servidora disse que normalmente são pessoas que não passam desconfiança.
“Os 99% dos agressores são aqueles que menos você pode imaginar. Cidadão de bem, bom profissional, mas dentro de casa é um monstro. Eu não sou psicóloga, mas estudei muito sobre isto, existe psicopata, aquele que quando quer determinada coisa, coloca uma máscara e ele consegue manter aquilo. Ele quer a pessoa como refém dele. Geralmente as mulheres que sofrem violência, são aquelas pessoas que perdoam fácil, acreditam naquela pessoa, o psicopata faz ainda a mulher se sentir culpada, refém de tudo isto. Mas há também os agressores, que vem do alcoolismo, das drogas, isto é o que precisamos combater. Dentro de casa uma criança que vê a violência, ela pode reproduzir isto, vira um círculo vicioso”, relatou.
Sirlei diz que a medida protetiva é apenas um papel. “A garantia de efetividade deste papel não tem, não somente em Mato Grosso, mas no Brasil. Quando me perguntam: é impressão minha ou a violência doméstica aumentou após a implantação da Maria da Penha? Não digo que cresceu, mas que ficou mais divulgado e visível. Mas o feminicídio, está constatado que cresceu. A mulher se sente mais segura dentro de casa apanhando do que denunciando e depois correr o risco de morte. ”, disse.
Theis ainda conta como foi a campanha eleitoral em que disputou como vice-governadora na chapa de Wellington Fagundes (PR). “Foi uma campanha muito positiva, mesmo sem ter chegado à vitória. Mas vencemos o sistema Pedro Taques (PSDB), a gente conseguiu o segundo lugar. Fizemos a chapa no dia da convenção, então não tivemos pré-campanha, então tivemos menos tempo que os demais”, finalizou.
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