Na fila para serem reconhecidos como grupo prioritário na vacinação contra a Covid-19, os motoristas do transporte coletivo de Várzea Grande, ameaçam greve, alegando que a categoria é serviço essencial, e deveria ser incluída no grupo de risco, pois os motoristas trabalham na linha de frente do coronavírus, desde o início da pandemia.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários da Baixada Cuiabana (Sintrobac), Edval Luiz, afirmou em entrevista à reportagem do VGN que está sendo organizado um protesto para semana que vem. No entanto, ele ressaltou que está adiando a manifestação, pois ainda busca uma resposta positiva do Poder Público de Várzea Grande. “Estamos tentando dialogar um pouco mais com o prefeito Kalil Baracat (MDB) para ver se acende uma luz no final do túnel”, declarou Edval.
Conforme o presidente do Sintrobac, os motoristas de ônibus não têm como fazer o trabalho de casa na frente de um computador ou do celular. Segundo ele, nada contra a categoria dos professores, mas justificou a comparação, alegando que eles [professores] podem controlar uma turma dentro da sala de aula, já o motorista de ônibus não tem como fazer isso.
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“Os motoristas transportam pessoas, são mais de 40 mil pessoas por dia. Por isso estamos tentando conversar com o Poder Público Federal, Estadual e Municipal para conseguir a inclusão da categoria como essencial”.
Edval enfatizou que a categoria ganhou a luta em Cuiabá, pois o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) reconheceu que a categoria lida com o público e disse que a luta dos motoristas seria válida. “Essa semana a categoria começa a ser imunizada na Capital”.
Luiz lembrou que a categoria também representa Várzea Grande. Segundo ele, são em torno de 500 trabalhadores, mas até o momento, na Cidade Industrial a categoria não conseguiu nada. “O prefeito Kalil até disse que não teria problema em colocar os motoristas no grupo, mas declarou que não teria vacina para isso”, disse ele.
Questionado qual seriam os critérios para vacinação contra a Covid-19 que está acontecendo já na Capital, Edval explicou que o funcionário precisa prestar serviço para empresa Pantanal Transportes, ou seja, estar vinculado em registro com a empresa. “Ele pode morar em Várzea Grande ou em qualquer cidade, mas se estiver contratado pela Pantanal Transportes, ele será vacinado. Tanto os motoristas, quanto os funcionários do serviço interno serão imunizados, isso é um pouco mais de 1 mil trabalhadores”, concluiu Edval, presidente do Sintrobac.
O sindicato chegou a protocolar um ofício em 28 de abril, direcionada à Secretaria de Saúde do município a inclusão da categoria no grupo prioritário de vacinação contra Covid-19, conforme o Plano Nacional, no entanto, segundo Edval, até o momento não obtiveram uma resposta.
Outro lado – A reportagem do VGN conversou com o secretário interino de Saúde, Gonçalo Barros, que informou que o ofício encaminhando pelo Sintrobac já está na Procuradoria do município e está aguardando o parecer. “Estamos aguardando o parecer, mas eu acredito que será favorável”, garantiu Gonçalo.
Questionado sobre Cuiabá já estar vacinando essa categoria e Várzea Grande ainda não, o secretário explicou que cada município é diferente, cada um recebe a dose certa para cada grupo.
Segundo ele, vem uma recomendação para que se caso sobre vacina, que imunize outro grupo prioritário, no entanto, ele garantiu que as doses vêm contadas. “Para cada lote que recebemos, vem uma resolução determinando para quem são as vacinas. Em caso de sobra de vacina, podemos ajustá-las nos grupos prioritários, mas nunca vem sobrando”, declarou ele.
Ele ainda explicou que em alguns municípios fizeram conforme a recomendação do ex-ministro Eduardo Pazuello, em fevereiro, de vacinar outros grupos com a segunda dose da Coronavac. Mas segundo Gonçalo, isso não aconteceu em Várzea Grande. “A Coronavac vem com a primeira e segunda dose, e aquela polêmica que usaram a segunda dose autorizada pelo Ministério da Saúde para adiantar a vacinação, e ai foram fazendo isso e está faltando segunda dose por aí, aqui em Várzea Grande não”.
Em relação a Cuiabá, Gonçalo disse que a Capital recebe mais do dobro de vacinas que Várzea Grande, e ainda receberam uma remessa da vacina da Pfizer.
Conforme o secretário, o município aguarda para essa semana ainda doses da vacina AstraZeneca, e que pode existir uma possibilidade dessa categoria [motoristas do transporte coletivo] ser imunizada nessa remessa, justificando que a AstraZeneca, o prazo para segunda dose é de 90 dias.
No entanto, em contrapartida Gonçalo ressaltou que aguarda uma reunião com os representantes da categoria para também expor que seria necessária uma quantidade maior de ônibus circulando no município, para evitar aglomeração, assim o contágio da Covid-19.
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