Dos Autos
Alojados em Ginásio de Várzea Grande, moradores reclamam de abandono por parte do Poder Público
A moradora Renata, integrante das mais de 70 famílias que permanecem no Ginásio Valdir Pereira, no bairro Mapim, em Várzea Grande, há mais de 60 dias, disse durante uma manifestação, que eles estão esquecidos, e não querem ficar lá para o resto de suas vidas.
Renata contou à reportagem do oticias nessa sexta-feira (26.02), que eles estão tentando de tudo para conseguir sobreviver no local, mas a cada dia tem se tornado pior.
Segundo ela, com o passar do tempo e vendo a necessidade de cada família, eles dividiram o espaço em quadrados, e fechando cada um com uma lona. “Para cada família ter um pouco de privacidade”, contou ela.
A moradora disse que essa estratégia deu um pouco de acalento para as famílias, mas eles não querem ficar lá pelo resto de suas vidas. “Por isso clamamos que o Poder Público olhe por nós, queremos um cantinho nosso, digno, para cuidarmos dos nossos filhos, para que possamos trabalhar para pagar nossas contas e saber que nossos filhos estarão bem acolhidos dentro de uma casa”, desabafou.
Renata tem três filhos, é mãe solteira, e para comprar alimentos para crianças trabalha fazendo diárias em casas de famílias. Mas contou que o dinheiro não está sobrando pra isso, pois a cada dia, as crianças amanhecem com uma alergia diferente, com uma dor de barriga diferente, então o dinheiro está indo praticamente para remédio.
“Esses dias gastei R$ 80 reais de remédio com a minha caçula, ontem saiu uma sarna na minha filha do meio, e vai mais dinheiro. Aí o dinheiro da carne, do lanchinho, já foi”, contou ela.
O local insalubre, e banheiros entupidos têm preocupado os pais, pois acreditam que as crianças estão passando mal, por conta desse contato com a falta de higienização.
Outra preocupação que essa mãe relatou ao VG Notícias, foi em relação aos constantes curtos-circuitos que vem ocorrendo no local, ela acredita que sejam consequências dos ‘gatos’ realizados para ligar os ventiladores e outros eletroeletrônicos. “Se nem Deus deixar isso aqui pegar fogo, Ave Maria! Como vamos correr com tudo isso de criança”, declarou ela.
Completando que o único desejo de todos ali é terem um teto seguro para morar com seus filhos. “Se estamos aqui passando por tudo isso, é porque precisamos e não temos para onde ir. Quem tinha família e apoio já não está mais aqui. Ficaram os que precisam mesmo”, concluiu ela.
Outro lado – A Secretaria de Assistência Social informou que continua entregando as cestas básicas, e dando total assistência para as famílias.
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