Cerca de um milhão de pessoas afirmaram ter diagnóstico médico de infecções sexualmente transmissíveis (IST) ao longo de 2019. Esses dados são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), que também mostrou que, das pessoas com 18 anos ou mais que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores à data da entrevista, apenas 22,8% relataram usar preservativo em todas as relações sexuais. Outros 17,1% afirmaram usar às vezes e 59% dos entrevistados, nenhuma vez.
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, transmitidas, principalmente, por meio de relações sexuais, sejam elas, oral, vaginal ou anal, sem o uso do preservativo, caso um dos parceiros esteja infectado.
A infecção é transmitida pelo contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas. Para alguns agentes infecciosos, a transmissão também pode ocorrer da mãe para a criança durante a gestação, parto ou amamentação.
O uso da camisinha externa ou interna, em todas as relações sexuais, é o método mais eficaz para proteção contra o HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. O Ministério da Saúde reforça que preservativos podem ser retirados gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde.
As infecções sexualmente transmissíveis aparecem, principalmente, no órgão genital, mas também podem surgir em outras partes do corpo, como palma das mãos, olhos ou língua. Elas podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas.
Observar o corpo durante a higiene pessoal pode ajudar a identificar uma IST no estágio inicial. Sempre que alguma alteração for identificada, o serviço de saúde deve ser procurado, independentemente de quando foi a última relação sexual.
O Ministério da Saúde ressalta a importância da realização de testes para diagnóstico precoce, principalmente se houver relação sexual desprotegida, pois algumas IST podem não apresentar sinais e sintomas.
A prevenção combinada associa diferentes ações de prevenção ao HIV, às IST e às hepatites virais. Usar preservativo nas relações sexuais é um importante método de prevenção, mas pode e deve ser combinado com outros, como testagem regular para o HIV, outras IST e hepatites virais; tratamento das IST, do HIV/aids e das hepatites virais; vacinação para as hepatites A e B, e HPV.
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Existem vários tipos de IST. As mais conhecidas são:
Sífilis
A sífilis adquirida é uma infecção transmitida por relações sexuais sem o uso da camisinha. A sífilis congênita é passada da gestante para o bebê durante a gravidez ou no momento do parto. É uma IST curável. Os sinais e sintomas variam de acordo com cada estágio da doença. O teste rápido de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS.
HPV
Sigla em inglês para Papilomavírus Humano é o nome dado a um grupo de mais de 200 tipos de vírus que são capazes de infectar tanto a pele quanto a mucosa oral, genital e anal. A vacinação é uma opção segura e eficaz de prevenção e é oferecida gratuitamente pelo SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de mulheres e homens de 15 a 45 anos vivendo com HIV/aids, transplantados e pacientes oncológicos.
Herpes genital
A transmissão geralmente acontece pelo contato direto com a pessoa infectada e, embora os tipos de vírus possam provocar lesões em qualquer parte do corpo, eles geralmente se comportam da seguinte forma:
O tipo 1 é responsável pelo herpes facial, com manifestações, principalmente, na região da boca, nariz e olhos.
O tipo 2 geralmente acomete a região genital, ânus e nádegas. Muitas pessoas que adquirem a infecção por HSV nunca desenvolverão manifestações, mas entre 13% e 37% da população apresentam sintomas.
Gonorreia
A infecção é uma das principais causas de Doença Inflamatória Pélvica (DIP) e infertilidade em mulheres. Durante a gravidez, pode causar danos permanentes à saúde do bebê, dentre outras consequências. Segundo relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022, a gonorreia já apresentou resistência aos antibióticos pelo menos 15% maior em comparação as mesmas taxas analisadas de 2017.
Clamídia
Assim como a gonorreia, a clamídia possui as mesmas formas de transmissão e também pode ser causadora da DIP, infertilidade e problemas durante a gestação. Pode afetar homens e mulheres com vida sexual ativa. A maioria dos casos não apresenta sintomas (em torno de 70% a 80% das situações).
Infecção pelo HTLV
É uma IST que, geralmente, pode ser silenciosa, mas quando manifestada, pode causar mielopatia, doença neurológica degenerativa grave ou leucemia das células T, um câncer agressivo que pode ser fatal. No Brasil, a estimativa é de que entre 800 mil e 2,5 milhões de pessoas vivam com o vírus, mas é possível que esse número seja ainda maior, já que muitas vezes o diagnóstico só acontece durante a doação de sangue.
Tricomoníase
A infecção pode ser assintomática, mas quando manifestada, pode causar dor durante as relações e ao urinar, além de sensibilidade, produção de secreção e até pus. Segundo a OMS, em 2020 foram registrados 374 milhões de casos das três IST mais recorrentes na população mundial, entre elas, a tricomoíase, que é a IST curável mais comum no mundo.
HIV/aids
O vírus HIV, causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Quando não tratada, a aids pode levar à morte. Atualmente, cerca de um milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil.
Hepatites B e C
A Hepatite B é um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil. Na maioria das vezes, não apresenta sintomas e é diagnosticada décadas após a infecção, quando começam a surgir sinais relacionados a doenças do fígado. O vírus da Hepatite B está atrelado a mais de 21% das mortes relacionadas às hepatites entre 2000 e 2017. A hepatite C também atinge o fígado e em 60% a 85% das vezes a doença se torna crônica. Em aproximadamente 20% ela evolui para cirrose ao longo do tempo.
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