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Cidades Sábado, 04 de Julho de 2020, 20:00 - A | A

Sábado, 04 de Julho de 2020, 20h:00 - A | A

Tangará da Serra

Hospital não aceita pacientes de outros municípios; das 13 UTIs, apenas cinco estão ocupadas, diz vereador

Edina Araújo/VG Notícias

Tangará da Serra (a 242 km de Cuiabá), consta do Boletim Informativo n° 117, classificada com risco ‘Muito Alto’ divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), nessa sexta-feira (03.07), que traz o panorama da situação epidemiológica da Covid-19, em Mato Grosso. Clique Aqui e confira boletim na íntegra.

Conforme o boletim da SES, Tangará tem 28,57% dos leitos de enfermaria ocupados. Ainda, conforme o boletim, Tangará tinha até a divulgação dos dados, 10 óbitos, 203 sendo monitorados, 508 recuperados, total de casos 721.

Segundo o vereador de Tangará da Serra, Wilson Werta (PSDB), presidente da Comissão de Saúde da Câmara, os dados divulgados pelo município estão desencontrados e pouco transparentes. Ao oticias, Werta contou que tem recebido inúmeras denúncias de familiares de pacientes e de servidores do município - quanto ao descaso e desrespeito do prefeito Fábio Junqueira (MDB).

O parlamentar afirmou que, por determinação do prefeito, o Hospital Municipal Arlete Daisy Cichetti de Brito, apesar de receber recursos dos Governos do Estado e Federal, só aceita paciente com Covid-19 ou com suspeita se for de Tangará da Serra. “Se chegar pacientes de municípios vizinhos, a exemplo de Nova Olímpia, não são atendidos e precisam buscar outra unidade de saúde ou hospitais privados, apesar de ter leitos ainda desocupados. É um absurdo”, externou o parlamentar.

O vereador disse que servidores informaram a ele, que dos 13 leitos de UTI do Hospital, apenas cinco estão ocupados e ninguém informa isso à Central de Regulação – enquanto isso pessoas continuam morrendo em municípios vizinhos por falta de UTI.

Werta criticou o contrato que o prefeito firmou com a FAMVAG noticiado pelo oticias e classificou como contrassenso. “É um absurdo um contrato com uma Faculdade de Papel, para 120 dias, com dispensa de licitação, por R$ 3,5 milhões. O pior que sem justificativa para demonstrar a verdadeira necessidade, pois não ficou claro a quantidade de profisisonais, a qualificação de cada um deles. É lamentável como o prefeito tem tratado a cidade”, criticou.

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Segundo o presidente da Comissão de Saúde, o prefeito e o secretário de saúde têm muito a explicar sobre a contratação da ‘Faculdade de Papel’, já que um médico ganha em média R$ 1.600 mil, por plantão de 12 horas para atender na UTI, o salário de um enfermeiro (a) R$ 3.5 mil por mês, o técnico de enfermagem em torno de R$2,5mil mensais, e maqueiro não chega R$ 2 mil.

“Não dá para entender porque o prefeito fechou contrato milionário sem licitação com uma empresa que não tem nem sede. Usa endereço de outro local, só por isso já deveria ser investigada. A falta de transparência é outro absurdo. Vamos ter que recorrer à Justiça e ao Ministério Público para saber o que há por trás disso tudo. Tangará não pode ser tratada desse jeito pelo prefeito como se fosse terra de ninguém”.

O vereador revelou que atualmente tem 12 pacientes com Covid-19 na enfermaria de médio a moderado, cinco pacientes na UTI, sendo dois intubados e três de morado a grave. “Estão escondendo leitos enquanto pessoas morrem”.  Outra revelação do vereador é que o Hospital Santa Ângela, no município, tem 15 leitos de UTIs para Covid-19, reservado para o Sistema Único de Saúde (SUS), mas precisa de autorização do município e do Estado. "Ninguém entende porque não estão sendo regulados para ocupar estes leitos".

Outro lado - A reportagem do oticias tentou durante a semana contato com o prefeito Fábio Junqueira, enviou mensagem pelo WhatsApp, para o secretário de Saúde, Sérgio Scheffer e até para o assessor e comunicação, sem êxito até o fechamento da matéria.

A reportagem conversou com a servidora da Prefeitura de Tangará da Serra, Vanderleia da Silva Lobo Sampaio, supervisora do contrato da FAMVAG, e ela não soube informar nada a respeito do contrato - e limitou-se a dizer que não podia conversar naquele momento. Questionada pela reportagem quantos servidores a empresa irá fornecer ao Hospital Municipal, qual a qualificação de cada um, mas ela não soube dizer e não está acompanhando o contrato. Clique Aqui e confira os fiscais do contrato.

A reportagem ligou para o fiscal de contrato, Fábio Mendes Fernandes, mas ele não atendeu. Já Rômulo Cesar Ribeiro da Silva, disse ao oticias que é apenas suplente de fiscal.

A reportagem ligou neste sábado (04.07), para o Hospital Municipal para falar com o diretor técnico ou clínico, e foi informada que os médicos Fábio Mendes (diretor clínico) e Eli Ambrósio (diretor técnico) somente passam na unidade de saúde de segunda a sexta-feira, não atendem nos finais de semana.

Já a coordenadora do Hospital e da enfermagem, Jucélia da Luz –funcionária da FAMVAG, segundo informação de servidores, também só trabalha de segunda a sexta e não atende nos finais de semana.

Da mesma forma a reportagem não conseguiu falar com Daniele, responsável pela Unidade Respiratória Ambulatorial (URA) e da Central de Internação, Lorraine. As duas, segundo servidores do Hospital também trabalham de segunda a sexta-feira.

Não foi possível checar quantos leitos de fatos estão ocupados, quantos funcionários a FAMVAG fornece de acordo com o contrato. Nem um servidor do município tem autorização para falar e quem tem o poder de conceder entrevista e passar as informações, não atendem e não querem falar com a imprensa.

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