Dados da Coordenadoria de Estatísticas e Análise Criminal (CEAC) da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp/MT), apontam que em oito meses - de janeiro a agosto de 2019 -, Aripuanã (à 976 km de Cuiabá) registrou 11 homicídios, enquanto que no mesmo período de 2018 foram registrados três assassinatos.
O responsável pelo aumento do crime no município, conforme o Governo do Estado é o garimpo ilegal que estava instalado na Serra do Expedito, desde outubro de 2018, quando cerca de três mil pessoas foram para o local para explorar a atividade ilegal.
Conforme a assessoria da Sesp/MT, ainda que ilegal, a atividade era mais discreta, com lavra manual, porém, “depois do boom, passou-se a promover a entrada de pessoas com maquinários pesados, causando danos ambiental e social graves” e foi neste período, que de acordo com a assessoria, explodiu os casos de malária, de crimes, de roubos, homicídios e consumo de drogas.
Segundo afirma o delegado de Aripuanã, Henrique Espíndola: “com certeza, o aumento dos casos de homicídio tem a ver com garimpo, tanto homicídios, tentativas de homicídios, quanto ameaças, na tentativa de um garimpeiro se sobrepor ao outro, conseguir melhor local para extração”.
A tese de que o garimpo ilegal trouxe mais violência para Aripuanã também foi reforçada pelo comandante adjunto do Comando Regional 8 (Juína) da Polícia Militar, tenente-coronel PM Alex Fontes Meira e Silva. De acordo com ele, ficou notório que em Aripuanã a atividade do garimpo trouxe reflexo direto na segurança pública.
“Posso dizer isso, pois há pouco tempo estava aqui como comandante da companhia de Aripuanã e vi todo esse processo ocorrer. Os índices de roubo aumentaram, ocorrências envolvendo arma de fogo que até então não eram uma realidade para esse município, passaram a ser mais frequentes”.
Iniciada na segunda-feira (07.10), a segunda fase da Operação Trype, deflagrada pela Polícia Federal, encerrou na quarta-feira (09.10), após a conclusão da sentença judicial que determinava a cessação do garimpo ilegal e a destruição dos maquinários e das cavas, mesmo assim, os policiais devem permanecer na cidade por prazo indeterminado para garantir a ordem pública.
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