Mais de 100 famílias despejadas do Residencial Colinas Douradas, após cumprimento de reintegração de posse, e que estavam dormindo em frente o ginásio Vereador Valdir Pereira, no bairro Mapim, em Várzea Grande, desde do dia 16 dezembro, conseguiram nessa terça-feira (22.12), o direito de ficaram alojados dentro do ginásio, juntamente com seus móveis.
Na última sexta-feira (18), o juiz da 1ª Vara Federal Cível e Agrária da Seção Judiciária de Mato Grosso, Ciro José de Andrade Arapiraca, determinou que Prefeitura providenciasse o acolhimento emergencial dessas famílias. Como opção, o magistrado sugeriu que as famílias sejam abrigadas no interior da Escola Municipal Professora Rita Auxiliadora Campos Cunha, até que sejam adotadas as providências para a definitiva acomodação delas.
Vanessa Alves, uma das moradoras despejada do Residencial, e que hoje se encontra entre essas 150 famílias que não têm condições de pagar o aluguel, e dependem de uma ajuda social, disse ao oticias, que após uma semana no relento, ontem eles conseguiram dormir debaixo de um teto coberto, com seus filhos.
No entanto, ela conta que eles não têm o apoio de ninguém do Poder Público do município, que estão se alimentando com o que ganham das pessoas que passam na rua, e acabam ficando com dó de ver crianças, gestantes e idosos naquela situação de vulnerabilidade. Ela disse que outra opção para alimentação, é fazer vaquinha entre eles para comprar o necessário, e com isso dar prioridade aos idosos, gestantes e crianças.
“As pessoas que passam na rua e veem as crianças ali, elas doam bastante coisa. Graças a Deus que temos pessoas com o coração bom e ajudam a gente. Têm pessoas aqui que até perderam o serviço, pois não quiseram deixar suas famílias nessa situação”, desabafou Alves.
Questionada como estão fazendo para se virar com a higiene pessoal, Vanessa contou que isso é por conta deles. “Fazemos cota e compramos caminhão de água. É uma situação triste, mas infelizmente é assim que estamos conseguimos sobreviver”, disse ela.
Vanessa também contou à reportagem que um responsável da Caixa Econômica Federal esteve no local e comunicou às famílias, que a Instituição não seria mais responsável pelos móveis, que foram transferidos por eles, do Residencial ao ginásio Valdir Pereira.
Outro lado – A reportagem do oticias entrou em contato com o secretário de Comunicação do município, Marcos Lemos, que informou que as famílias que foram comprovadamente em situação de vulnerabilidade social, serão atendidas pela Assistência Social, até que haja uma solução legal para a "situação criada por eles mesmos ao desrespeitarem a lei".
Ainda segundo ele, a prefeita vai formalizar a Caixa Econômica Federal, que 10% das 1.000 casas sejam destinadas gratuitamente para as famílias vulneráveis e não para aqueles que se colocam como desabrigados para levar alguma vantagem.
Questionado sobre o posicionamento da Caixa Econômica em relação as famílias despejadas do Colinas Douradas, Marcos afirmou que as políticas sociais são de responsabilidade dos Governos Federal, Estadual e Municipal, cada um com sua parte.
Segundo ele, a Caixa solicitou a Justiça a desocupação, mas não planejou o que fazer com os desocupados. "Então a Justiça desocupa uma propriedade ocupada irregular e ilegalmente, mas não decide como atender a demanda daqueles considerados em vulnerabilidade social, pois nem todos que se propagam necessitados, o são" disse.
A reportagem do oticias entrou em contato com a assessoria da Caixa, que informou que considerando que a Prefeitura autorizou a ocupação do Ginásio Valdir Pereira por famílias, torna-se necessário que os proprietários que ainda não retiraram seus móveis o providenciem com urgência.
Nota na íntegra:
A CAIXA esclarece que, considerando que a Prefeitura autorizou a ocupação do Ginásio Valdir Pereira por famílias, torna-se necessário que os proprietários que ainda não retiraram seus móveis o providenciem com urgência.
Atenciosamente,
Assessoria de Imprensa da CAIXA
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