Pais e alunos reclamam da má qualidade das escolas públicas de Mato Grosso, e dizem que sem investimento várias escolas no Estado podem deixar de funcionar.
Segundo denúncia encaminhada à reportagem do VG Notícias, várias unidades educacionais da rede estadual estão com problemas estruturais que comprometem o aprendizado e podem causar danos à saúde dos alunos e do trabalho dos professores. Outras escolas apresentam danos na instalação elétrica e parte hidráulica.
Uma das escolas apontada com “deficiência estrutural” é a escola estadual Professora Sarita Baracat, localizada no bairro Parque do Lago, em Várzea Grande. De acordo com os pais, a estrutura da escola é péssima e ainda a unidade escolar sofre com outros problemas.
“Está um caos os banheiros. Não tem descarga, não tem pia para os alunos lavar as mãos. Não tem nem papel higiênico e os alunos tem que levar de casa, isso é um absurdo”, denunciou o pai.
De acordo com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) os problemas estruturais, elétricos e hidráulicos nas escolas públicas do Estado já é considerado “crônico”. O Sindicato disse que já encaminhou vários levantamentos para o governo do Estado relatando como se encontra o ensino público e as escolas de Mato Grosso, para que medidas sejam adotadas, mas que até agora pouco foi feito.
A diretoria do Sintep explicou que o problema com banheiros não é exclusividade da escola de Várzea Grande, e garantiu que outras escolas sofrem com o mesmo problema e até com problemas piores. “A Educação está abandonada, entregue ao caos”, disse.
O Sindicato relatou que tem escolas no interior do Estado que se encontram sem condições de receber os alunos, e que necessitam urgentemente de reformas. Ainda de acordo com o Sindicato, o Estado deixou de investir há muito tempo na Educação, o que provocou a queda na qualidade do estudo e consequentemente a desvalorização dos professores.
Outro Lado – A assessoria da Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT) informou que está sendo realizadas, em todo o Estado, várias reformas nas escolas estaduais, e também a construção de novas unidades educacionais – que irá substituir aquelas que não oferecem mais condições de comportar os alunos.
O órgão explicou ainda, que atualmente existe uma demanda (número de escolas em estado precário) muito maior do que o de recurso. “Além disso, o recurso demora a sair para que seja executado o serviço correto para a recuperação da escola ou construção de uma nova”, pontuou a assessoria.
A Seduc frisou que as obras de “recuperação” estão sendo realizadas por ordem de “prioridade”.
Sobre a escola Sarita Baracat, a Secretaria informou que o prédio é alugado e por isso o Estado fica impossibilitado de realizar “grandes obras”, como reforma em geral. “A escola pode solicitar aqui na Secretaria um auxílio de até R$ 14,5 mil para realizar pequenos reparos, além de poder usar os recursos do Programa de Desenvolvimento da Escola (PDE) - Climatização, justificando porque a atualização do recurso, para fazer os reparos necessários na escola”, disse a assessoria.
A assessoria informou ainda que como não existe uma área disponível, próximo a atual dependências da escola, para construção de uma nova escola, a unidade educacional continuará funcionando no espaço locado. “A Prefeitura do município pode doar uma área para construção da escola que o Estado vai lá e constrói porque infelizmente não se tem um espaço adequado hoje, próximo a escola para a construção de uma nova”, encerrou.
A reportagem do VG Notícias tentou entrar em contato com a escola estadual Professora Sarita Baracat, mas até o fechamento não conseguiu contato.
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