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Cidades Sexta-feira, 09 de Junho de 2023, 14:08 - A | A

Sexta-feira, 09 de Junho de 2023, 14h:08 - A | A

EM CUIABÁ

Entregadores de APP paralisam e reivindicam melhores taxas

Na lista de reivindicações, um dos pedidos é o fim do score, que é um sistema implantado pelo aplicativo iFood desde o final de 2022

Giovanna Bitencourt & Kleyton Agostinho/VGN

Os entregadores de aplicativo e motoboys de Cuiabá e Várzea Grande realizaram nesta sexta-feira (09.06) um protesto cobrando melhorias de trabalho e maiores taxas das empresas de aplicativo. Os trabalhadores ficaram concentrados na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – Campus Cuiabá.

A mobilização acontece, além de Mato Grosso, nos Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Ceará, Pará, entre outros.

Na lista de reivindicações, um dos pedidos é o fim do score, que é um sistema implantado pelo aplicativo iFood desde o final de 2022. O sistema que vem se expandindo por todo o país dá notas de 1 a 3 aos trabalhadores, e quanto menor a pontuação, menos pedidos a pessoa recebe e, consequentemente, mais baixa sua remuneração.

Entre as outras reivindicações, há pedidos para 30 minutos de pausa por turno para os OLs; fim do agendamento (pedem por autonomia ou que pagamento por tempo logado na plataforma); apólice de seguro; opção de destino; taxas diferenciadas para entregas de mercado e limite de peso; valor de taxa mínima R$ 8,00; fim das entregas duplas e triplas; aumento das taxas de espera; pontos de apoio para entregadores; aumento do valor das promoções; aumento do valor das taxas nos domingos e feriados; liberação dos cadastros bloqueados indevidamente; opção de alteração de rota pelo cliente; bloqueio de estabelecimento; mais investimentos em EPI (jaquetas, bags, blusas, etc.); mais eficiência no atendimento do suporte referente ao tempo de espera e assuntos diversos, limite máximo de 3km para entregas de bicicleta; e fim do QR Code para confirmação de chegada no estacionamento.

Conforme o coordenador da paralisação, João Barbudão, popular Barba, em entrevista ao , a principal reivindicação da categoria é que a taxa mínima paga por corrida seja de R$ 8,00, e o aumento do valor pago por km, que atualmente é de R$ 1,50, e passe a ser de R$ 2,00.

Barba afirmou que existem diversos problemas que atrapalham os entregadores, como os buracos nos asfaltos da cidade e o valor do combustível, que está sempre instável. Ele destacou ainda que além desses problemas, existe a imprudência de outros motoristas no trânsito, que colocam a vida dos motoboys em risco.

“Hoje, nós cobramos uma taxa mínima de entrega de R$ 6,00, e temos também R$ 1,50 a mais por km rodado. O ideal seria uma taxa mínima de R$ 8,00 e R$ 2,00 por km. A cidade está cheia de buracos, e o combustível está aumentando cada vez mais. Fica difícil pro motoboy prestar um bom serviço com todas essas condições adversas, além dos problemas no trânsito. Tivemos um colega que faleceu devido à imprudência de outro motorista, e também estamos paralisando por isso”, afirmou Barba.

Outra demanda questionada na paralisação é sobre os pontos de apoio. De acordo com o coordenador, é necessário um ponto regular para parada e descanso do entregador, a fim de evitar acidentes e multas por paradas irregulares, além de ajudar na qualidade de vida e de serviço do trabalhador.

Barba explicou que existem pontos de paradas irregulares, criados pelos próprios entregadores, mas eles pedem que seja feito consoante a lei, para evitar problemas e para haver mais segurança ao entregador.

“Queremos também pontos de apoio pelas cidades. Existe um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Vereadores, que dispõe pontos de apoio para os motoboys ficarem seguros e poderem descansar. Nós temos pontos de apoio em praças que fizemos com recurso próprio, mas é um ponto irregular, feito em locais impróprio”, destacou o entregador.

Ele ainda acrescentou: “Vários motoboys moram em regiões distintas, um no bairro Pedra 90, outro em Várzea Grande, na saída para a Chapada, e muitas vezes a gente nem volta para casa. Existem pontos de apoio em outras capitais, como Goiânia, Fortaleza, isso traz um aparato para a categoria e uma prestação de serviço melhor tanto para a plataforma, quanto para o cliente. O motoboy está cansado dessas péssimas condições de trabalho”, disse.

 

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