Federado como Piloto Portador de Necessidades Especiais (PPNE) no kartismo brasileiro, Dimy Kalinowski, como gosta de ser chamado, é o primeiro piloto com transtorno do espectro autista (TEA) a receber habilitação de piloto pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). Comemorando o Dia do Orgulho Autista nesta terça-feira (18.06), Dimy e sua mãe, Branca Fernandes, relataram ao como o sonho começou.
A carreira do jovem começou há dois anos, quando ainda era estudante do ensino médico. Mas foi no ano seguinte, em 2023, quando conquistou seu primeiro título e um fato inédito para o Estado de Mato Grosso, vice-campeão mato-grossense de Kart - Categoria F4 Light, título este que lhe garantiu uma promoção para a F4 Graduados em 2024.
De acordo com o jovem, o interesse pelo automobilismo é algo que o acompanha desde novinho, contudo, por ser uma profissão cara e que demora para ter retorno, decidiu esperar. Algum tempo depois, Dimy descobriu que apesar do seu começo “tardio” poderia se tornar um piloto profissional.
“Eu era criança, mas não contei de primeira, porque a carreira de um piloto de corrida é muito cara, antes do piloto começar a receber. E aí descobri que mesmo começando mais tarde eu ainda poderia conseguir ser um piloto de corrida profissional. Embora a maioria comece bem cedo, eu ainda poderia conseguir me tornar um corredor profissional. Então foi aí que eu disse que seria piloto de corrida”, revelou o piloto.
Diante disso, a carreira como piloto de kart começou. Inicialmente foi difícil, visto que a família não possuía condições financeiras ideais para praticar o esporte, mas após esforços familiares e apoio de outros pilotos e preparadores, foi possível prosseguir com o sonho de Dimy.
Dimy destacou, ainda, que o primeiro título trouxe a sensação de possibilidades para o futuro e agora, o sonho é maior. “É uma sensação muito boa saber que posso me destacar. Meu objetivo agora é sair do kart e começar a correr com carros. Ser pago, receber um salário para competir no que eu amo”.
Atualmente corredor nos Estados de Mato Grosso e São Paulo, o jovem piloto, que também é poliglota, pretende viajar para outros países para conseguir mostrar suas habilidades no exterior.
Mãe atípica, Branca demonstra total apoio ao filho, destacando que mesmo possuindo TEA, ele tem potencial e capaz de se colocar em qualquer cenário que almejar.
Em relação ao título conquistado, Fernandes destaca que este não é um prêmio somente para Mato Grosso, mas sim para o Brasil, mostrando todo o potencial que pessoas com TEA podem ter. “Dimy conquistou para o Brasil. É Mato Grosso, é Cuiabá, é Várzea Grande, é colocando no cenário nacional esse potencial todo que um autista é capaz de ter. É uma habilidade que o Dimy tem e que por ser autista ele não abre mão, é o hiperfoco”.
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