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Cidades Quinta-feira, 29 de Julho de 2021, 09:27 - A | A

Quinta-feira, 29 de Julho de 2021, 09h:27 - A | A

PANDEMIA COVID-19

Fila do “ossinho” existe há 10 anos e aumentou com pandemia: “Um dia me assustei e contei 242 pacotes”

O número de famílias na fila do ossinho aumentou com a pandemia da Covid-19

Gislaine Morais & Fernanda Renatè/VGN

Reprodução/Pedro Brites

VGN; fila; ossinho; doação; Cuiabá; repercussão nacional

A fila aumentou com a pandemia da Covid-19.

 

 

 

Há mais de 10 anos, o açougue Casa da Carne, localizado no bairro CPA III, faz doação de “ossinhos” para famílias carentes de Cuiabá e região. Com a pandemia da Covid-19, muitos chefes de família ficaram desempregados e se tornaram dependentes desta doação.

A reportagem do conversou a proprietária do estabelecimento, Samara Oliveira, que contou que eles doam um pacote de dois quilos de ossinhos para as famílias há 10 anos, mas nos últimos cinco anos a quantidade de famílias aumentaram, e eles passaram a organizar dias e horários para conseguir atender a todos. Segunda ela, as entregas são realizadas às segundas, quartas e sextas, às 11 horas.

Para surpresa da Samara, em decorrência da pandemia da Covid-19 o número subiu gradativamente. Ela contou que chegou a se assustar quando contou os pacotinhos e chegou a 242.

“No começo da pandemia, quando eu pude contar e me assustei eram 242 pacotinhos de dois quilos. E para glória de Deus, nós estamos conseguindo sustentar, e, quando não tem a carne com osso para doar, nós tiramos um dorso que podemos estar vendendo, mas o mais importante é que ninguém que venha bater na nossa parte saia sem o que comer. Isso não vai acontecer no Atacadão da Carne porque esse lugar é de Deus”, declarou ela.

A reportagem do conversou com a empresária Elis Regina que cuida da filial do açougue, e perguntou se ela sabia o motivo de depois de 10 anos da realização da doação, hoje ter se tornado holofotes na mídia nacional, e ela disse que a equipe do estabelecimento nunca divulgou nada, pois o que é feito, é de coração.

Segundo Elis, o número de famílias procurando o local, pode ter começado através de vídeos feitos por clientes do estabelecimento e postado em redes sociais. “Após a divulgação, mais gente foi conhecendo, aí deu esse bum graças a Deus agora a gente vê que mais pessoas precisam”, disse a empresária.

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Questionada se é normal ver os mesmos rostos nas filas, Regina contou que sim, que tem pessoas ali que vão todos os dias, a pelo menos uns cinco anos. “Muitas pessoas gostam também do acolhimento e aconchego que damos para as pessoas, e é isso que eles precisam no mundo, mais amor e mais carinho. Tem senhorinhas aqui de 90 anos que veem e conversam horas com a gente, e nós tiramos um tempo para eles”, destacou a funcionária.

Entre as famílias que aguardam todos os dias por um pacote de ossinhos, a equipe conversou com Maria Cristina, que relatou a história do casal, portadores do vírus HIV, ela contou que há um mês ela é ex-usuária de drogas e o marido ex-alcoólatra, pois foram ali para ganhar um pacotinho de ossinho e saíram de lá libertos do vício depois que a dona orou pelo casal.

“Antes a gente pegava as coisas pra trocar e hoje em dia pegamos pra nossa casa. Isso já salvou a vida de muita gente, principalmente a minha e não foi só com ossinho, foi com a palavra de Deus”, relatou Cristina.

 
 
 

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