Os servidores da rede municipal de odontologia de Várzea Grande estão insatisfeitos com o prefeito Walace Guimarães (PMDB) e com a secretária municipal de Saúde e primeira-dama do município, Jaqueline Guimarães. Os profissionais cobram aumento no adicional de insalubridade.
Em entrevista ao VG Notícias, a presidente do Sindicato dos Odontologistas do Estado de Mato Grosso, Niciane Okumura, disse que a secretária Jaqueline realizou um corte no adicional de insalubridade dos servidores de 50%, seguindo um relatório técnico realizado em 2006, ou seja, há sete anos. Os odontólogos recebiam 40% de insalubridade e agora passaram a receber apenas 20%.
“Os servidores disseram que nunca os técnicos realizaram visitas “in loco” para poder fazer o estudo técnico para determinar o reajuste no valor do adicional de insalubridade”, relatou Niciane.
De acordo com ela, os servidores têm um piso base de R$ 1,9 mil. Segundo cálculo, somando o salário base, mais 40%, o salário seria de R$ 2.660,00, já com os 20%, o valor seria R$ 2.280,00, valor este que está deixando a categoria revoltada com o Poder Executivo.
Na busca de tentar conseguir receber o benefício de forma “integral’, o sindicato entrou com um mandado de segurança na justiça contra a Prefeitura, alegando que eles têm contato direto com os pacientes enfermos, produtos químicos - como raios-X, bisturi elétrico, ultrassom e outros, assim a administração não poderia ter cortado em 50% o valor da insalubridade.
Porém, a justiça negou o pedido dos profissionais e justificou que apesar de ter contato com todos os itens citado acima, isso não daria direito para que os odontólogos receber 40% de insalubridade.
O sindicato garantiu que deve recorrer da decisão e tentará ganhar na justiça o direito de receber o benefício em 40% e não de 20% como a prefeitura quer pagar.
Condições das Clínicas Odontológicas - Segundo o Conselho Regional de Odontologia, hoje a rede municipal de Várzea Grande possui 15 clínicas para atender a população, mas nenhuma tem condição de realizar atendimento. Conforme o Conselho, falta equipamentos e material de trabalho, como: luvas, anestésicos e outros.
As unidades também estão em péssimo estado de conservação com as paredes deterioradas (apresentando risco de cair nas pessoas) e instalações elétricas estão em sua grande maioria exposta ao cidadão – apresentando também perigo ao paciente.
Alguns pacientes que estão procurando as clínicas odontológicas para buscar atendimento estão voltando para suas casas sem conseguir, e estão sendo encaminhadas para as clínicas da rede municipal de Cuiabá, para uma faculdade particular do município ou então tem a opção de procurar um atendimento particular, sendo que muitos não têm dinheiro para isso.
Reivindicação da Categoria – Segundo Niciane Okumura, os servidores da rede municipal de odontologia de Várzea Grande além de cobrar o adicional de insalubridade, pedem da administração municipal a revisão do Plano de Cargo Carreira e Salários (PCCS), condições de trabalho e melhoria na estrutural das unidades odontológicas.
“Está faltando tudo. Falta material de trabalho, manutenção em equipamentos e reforma nas estruturas das unidades odontológicas de Várzea Grande que estão abandonadas pelo poder público”, destacou Niciane.
Ainda segundo ela, falta também ampliar o atendimento na rede municipal, já que muitas pessoas estão procurando atendimento em Cuiabá. “Hoje contamos com 35 servidores, precisamos ampliar este número porque as pessoas estão procurando atendimento em Cuiabá”, finalizou.
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