A delegada Alana Cardoso, apontada pelo ex-secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, como autora dos grampos ilegais com intenção de tentar grampear o governador Pedro Taques (PSDB) e pessoas do grupo político dele, presta depoimento neste momento ao juiz Murilo Moura Mesquita, da 11ª Vara Criminal Militar.
Em seu depoimento, Alana explicou que a Operação Forti, que foi realizada em 2015 com objetivo de investigar ameaças de uma facção criminosa, ocorreu com apoio da Delegacias de Roubos e Furtos de Veículos e Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
Apesar disso, a delegada negou a realização de Operação paralela, que teria ficado conhecida como Operação Pequi.
Ela afirmou que os números inseridos para realizar as interceptações telefônicas poderiam ser acessados por todos os servidores cadastrados, e que diante disso chegou a solicitar à equipe técnica que a possibilidade de que apenas alguns servidores “específicos” poderiam ter acesso aos dados.
Alana afirmou que é impossível que interceptações ocorressem sem ser registradas no sistema Guardião, de propriedade do Gaeco.
Sobre a Operação Querubin, que visava investigar denúncia de possível atentado contra a vida do governador Pedro Taques (PSDB) planejado por mulheres ligadas ao ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, Alana contou que nela ouviu conversas telefônicas de Tatiane Sangalli (suposta ex-amante do secretário-chefe da Casa de Civil, Paulo Taques), e que Flávio Stringuetta ficou incumbido de ouvir as conversas de Caroline dos Santos (ex-secretária de Paulo Taques).
Em relação aos pedidos de interceptações, a delegada explicou que constava apenas o nome do delegado responsável e não das pessoas que ficaram responsáveis por ouvirem as conversas interceptadas. Segundo ela, existia uma lista das pessoas que ouviam as conversas e que toda a documentação consta na Diretoria de Inteligência.
Alana revelou que quando o caso da “barriga de aluguel” veio à tona, ela foi convocada pelo então secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, para prestar esclarecimentos, e que ficou sabendo que a juíza Selma Arruda havia enviado um ofício relatando as interceptações ilegais.
No depoimento, a delegada afirma que não inventou nenhuma operação para tentar grampear ninguém de forma ilegal. “Não inventamos nada”.
Ainda sobre o ofício da juíza Selma, Alana disse que ficou “chocada” pelas inverdades divulgadas em relação a Operação e que procurou a delegada Alessandra Saturnino (secretária-adjunta de Inteligência em 2015) para que juntas cobrassem um esclarecimento do promotor Mauro Zaque sobre a inserção do nome delas no ofício da magistrada. Conforme ela, Zaque contou que não sabia o motivo da juíza ter mencionada elas no ofício.
A delegada afirmou em depoimento que teve seus direitos violados quando prestou esclarecimentos ao secretário Rogers Jarbas, e que o gestor usou do seu cargo para força-la a responder todos os questionados.
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